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Nelson de Souza diz a verdade quando afirma que Portugal é líder na execução de fundos europeus?

Polígrafo-SIC
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Com o objetivo de apresentar Portugal como um modelo na execução dos dinheiros que chegam da Europa para ajudar a dinamizar a economia nacional, o ministro do Equipamento afirmou que estamos em 1º lugar do ranking europeu. Confirma-se?

No passado dia 15, Nelson de Souza afirmou que “Portugal é o líder europeu em termos de execução de fundos”. Segundo o ministro do Planeamento, o programa Portugal 2020, que tem uma dotação global de cerca de 26 mil milhões de euros destinados a financiar a economia portuguesa entre 2014 e 2020, atingiu 45% de execução no final do ano de 2019.

Em resposta às declarações do ministro socialista, José Manuel Fernandes, eurodeputado do PSD, acusou-o de dizer uma “mentira descarada”, uma vez que de acordo com as estatísticas mais recentes Portugal não é líder na execução de fundos comunitários.

[twitter url=”https://twitter.com/JMFernandesEU/status/1217909517570191360?s=19″/]

O Polígrafo SIC analisou os números divulgados pela Comissão Europeia com os valores referentes ao período entre 2014 e 31 de dezembro de 2019 e concluiu que Nelson de Souza não foi rigoroso ao afirmar que Portugal está em primeiro lugar na execução de fundos europeus – na verdade encontra-se em 7º lugar, com uma taxa de execução de 47%. Acima de Portugal estão a Finlândia (66%), a Irlanda (61%), o Luxemburgo (57%), a Áustria (56%), a Estónia 49% e o Chipre 48%”.

Bruxelas
O quadro mensal da Comissão Europeia que coloca Portugal no 7º lugar no que respeita à execução de fundos europeus

Em sua defesa, Nelson de Souza afirma que as suas contas dizem respeito aos 15 Estados-Membros com pacotes financeiros superiores a sete mil milhões de euros, aquilo a que o Governo socialista tem vindo a chamar de “pacotes financeiros relevantes”.

Ora, a verdade é que esta designação é uma originalidade no ordenamento europeu, uma vez que não se encontra em nenhum documento produzido pela Comissão Europeia. O Governo criou este argumento com a finalidade de fazer propaganda política, tendo-o utilizado repetidas vezes na campanha para as eleições europeias. Nesse período o Polígrafo SIC verificou em várias ocasiões as declarações de Pedro Marques sobre o tema (ver aqui e aqui), tendo sempre concluído pela sua falsidade.

Avaliação do Polígrafo SIC:

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