“E a agência espacial norte-americana já anunciou oficialmente a data para o impacto deste asteróide: 6 de maio de 2022, às 8h34m da manhã”, destaca-se num post de 3 de março no Facebook. “O Centro de Estudos de Objetos Perto da Terra (CNEOS) no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA tem monitorizado exaustivamente o asteróide ‘2009 JF1’ e classificou-o como um Objeto Próximo da Terra (NEO), o que significa que é uma ameaça para a Terra“.
Este e vários outros posts com o mesmo alerta, mais ou menos recentes, partilham a hiperligação para um artigo de um site (em língua portuguesa, do Brasil) com o seguinte título: “NASA avisa que um asteróide apocalíptico atingirá a Terra em 6 de maio de 2022.” Tem algum fundamento?
Segundo os cálculos da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) dos EUA – através do Sentry, um sistema de monitorização de potenciais impactos de asteróides e outros corpos celestes no planeta Terra – e da Agência Espacial Europeia (ESA), a rota de colisão do asteróide “2009 JF1” com o planeta Terra pode realmente vir a confirmar-se, mas a probabilidade de ocorrer um impacto é muito baixa.
O asteróide em causa tem cerca de 10 metros de diâmetro e não 130 metros, como é indicado erradamente no artigo do site brasileiro. Como tal, mesmo que houvesse uma colisão, não provocaria danos significativos. De acordo com a NASA, um asteróide terá de ter pelo menos 30 metros de diâmetro para representar perigo, no caso de atingir uma área habitada.
Por outro lado, novas observações da missão “Gaia“, da ESA, acabaram por retirar o asteróide “2009 JF1” da lista oficial de objetos perigosos. As medições da ESA previam uma probabilidade de impacto de uma em quatro mil, mas passou a ser de uma em 1,7 milhões.
Quanto à NASA, na página do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra (CNEOS) indica-se que o asteróide tem uma probabilidade de 0,00074% (ou uma em 140 mil) de impacto.
Não é a primeira vez que surgem publicações nas redes sociais apontando para uma iminente colisão do asteróide “2009 JF1” com o planeta Terra. De acordo com os dados da NASA e da ESA, porém, tal alarmismo é infundado.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é: