O artigo tem origem numa página aparentemente ligada à alt-right norte-americana e conta que “Natasha Berkelston” (as aspas têm um motivo que será explicado adiante) cresceu no Indiana e “subiu a pulso”, vencendo os concursos de Little Miss, Junior Miss e Miss Teen no seu Estado. “Com apenas 20 anos de idade, ela agora é Miss EUA e falta-lhe apenas dar um passo até ao título internacional de Miss Universo. Infelizmente, ela não vai”.
“Não vou competir contra um homem“, terá dito a um jornalista, apontando para Rikki Kollé, primeira mulher transgénero a ser distinguida como Miss Países Baixos. “E não vou estar no mesmo vestiário. Essas áreas são sagradas e interditas a homens”, sublinhou.
Está a ser partilhado viralmente nas redes sociais, com especial incidência nos EUA mas também já chegou a outros países como Portugal. “Miss EUA boicota concurso Miss Universo“, destaca-se no título, acrescido da suposta citação em que se refere à Miss Países Baixos como um “homem”, contra o qual não pretende competir.
Mas será que esta história tem algum fundamento?
Desde logo não encontramos qualquer notícia sobre tal boicote da Miss EUA em órgãos de comunicação social fidedignos. Nem qualquer registo público da citação em causa.
Por outro lado, a atual Miss EUA dá pelo nome de Morgan Romano, com 25 anos de idade, formada em Engenharia Química. Não se chama “Natasha Berkelston”, um nome que terá sido inventado, pois não há qualquer ligação do mesmo aos concursos Miss EUA ou Miss Universo.
Estamos perante uma fake news que conta uma história sem adesão à realidade. Aliás, a plataforma norte-americana “Lead Stories” adverte que a página onde foi publicado este “artigo” dedica-se a produzir conteúdos de “sátira” que depois costumam ser partilhados como se fossem notícias verdadeiras e factuais.
Atenção a estes logros virais, não se deixe enganar.
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Avaliação do Polígrafo:
