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“Não há ditadura sanitária”. T-shirts de manifestantes anti-certificado continham erro gramatical?

Sociedade
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Este domingo ficou marcado por novas manifestações, no Porto e em Lisboa, contra as medidas sanitárias impostas pelo Governo nas últimas semanas. Desta feita, centenas de pessoas saíram à rua para dizer "não" ao certificado digital Covid-19, mas foi um erro gramatical que fez multiplicar as reações nas redes sociais. Verificação de factos.

A frase destaca-se a preto no tecido branco das camisolas: “Não há ditadura sanitária”, lê-se nas costas das t-shirts utilizadas este domingo por manifestantes contra as restrições sanitárias impostas pelo Governo, nomeadamente a obrigatoriedade do uso de certificado digital Covid-19 para acesso a eventos, estabelecimentos turísticos e até restaurantes.

Ainda nas t-shirts, dois símbolos de proibição: um relativo à máscara, outro relativo à vacina, corroborando algumas das características comuns às centenas de pessoas ali reunidas. “Isto é a sério? Trocaram o à por há?”; “Repara que dizem o contrário contra o qual protestam. É genial. Não há ditadura sanitária mas estamos aqui a lutar contra ela”; “Havia manifestantes com uma cópia da Constituição, mas se calhar tinha sido mais útil um prontuário ortográfico: ‘Não há ditadura sanitária'”, lê-se em alguns dos tweets publicados já durante a noite de ontem, nomeadamente por Duarte Marques, deputado do PSD.

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No Facebook, uma das publicações que divulga a fotografia em causa gerou já algumas centenas de partilhas: “A foto é de um grupo de pessoas que participaram hoje nas manifestações contra as medidas de segurança para a contenção da pandemia. E sim, as t-shirts que estas pessoas levaram diziam mesmo ‘não há ditadura sanitária’. Ainda se poderia pensar que era uma contra-manifestação e que este grupo, em particular, estava a afirmar que não existe ditadura sanitária alguma. Mas não. Estas pessoas estão realmente cheias de certezas sobre um dos problemas mundiais mais complexos da era moderna, mas não sabem a diferença entre ‘há’ e ‘à’. (…) Como estes idiotas que saíram hoje à rua. Ou, como eles diriam, ‘Saíram hoje há rua'”, ironiza-se.
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O registo fotográfico é autêntico e foi feito por Manuel Fernando Araújo, da Agência Lusa, durante a manifestação “Acorda Portugal” na praça dos Leões, junto à Reitoria da Universidade do Porto, marcada para este domingo. No Facebook, o movimento diz-se “apartidário”, caracterizando-se antes como grupo de “cidadãos independentes contra as restrições da Covid-19 e contra o Certificado Digital“.

Uma sequência de "tweets", divulgados a 8 de julho, alerta para a necessidade de Portugal "arranjar uma solução para visitantes extra-UE ou portugueses que se vacinaram fora da UE", no que respeita aos certificados digitais. A solução estaria em "aceitar outros certificados de vacinação para além do europeu", uma vez que, sustenta-se, "ninguém quer fazer testes a toda a hora". Mas será que isso não acontece já em Portugal?

Durante a tarde de protesto no Porto foi ainda possível ver cartazes com palavras de ordem como “Direitos fundamentais não podem ser condicionados” ou ainda “apartheid sanitário não”. Segundo a agência Lusa, foram mais de seis centenas as pessoas que se manifestaram quer no Porto quer em Lisboa.

“Esta história do certificado digital apenas tem como propósito estabelecer uma ditadura e nós opomo-nos a isso. Nós prezamos os direitos humanos. Nós somos humanos. Nós não somos gado”, declarou à agência Lusa o organizador e porta-voz do movimento “Acorda Portugal”, Daniel Leal.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:

Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:

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