No Facebook, escreve-se, a propósito de um vídeo partilhado pelo PSD e protagonizado pelo deputado Miguel Santos, que “na última década não se construíram as 700 mil habitações que a década anterior trouxe”.
Segundo as publicações que partilham o vídeo, e o próprio discurso de Miguel Santos, “a procura aumentou exponencialmente, a oferta é diminuta e é pouca”, não havendo “mercado que resista dessa maneira”. Mas será verdade que a construção caiu na última década face à anterior, quando se construíram 700 mil casas?
Sim. Segundo o “Censos 2021″, cujos resultados podem ser consultados na página do Instituto Nacional de Estatística (INE), o parque habitacional é hoje “constituído por 3.573.416 edifícios e 5.981.482 alojamentos, valores que, face a 2011, representam aumentos de 0,8% e 1,7%, respetivamente”.
“O crescimento do parque habitacional foi significativamente inferior ao verificado em décadas anteriores, nas quais a taxa de variação se situou sempre acima dos 10% para os edifícios, e os acréscimos nos alojamentos variaram entre os 16,3% e os 25,0%”, sublinha o documento.
No que respeita aos alojamentos (local que se “se destina a habitação com a condição de não estar a ser utilizado totalmente para outros fins”), em 2001 existiam 5.054.922 no total, tendo subido para 5.878.756 em 2011. Ou seja, um aumento de quase 824 mil casas. Entre 2011 e 2021, o número de alojamentos aumentou para 5.981.482, o que significa que foram construídas apenas mais 102 mil casas.
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