Quem cresceu nos anos 80, ou tem uma fixação especial pela música produzida naquela década do século passado, conhece – e certamente já dançou – a canção “Girls Just Wanna Have Fun”, de Cyndi Lauper…
Ou melhor, a canção de Robert Hazard, pois foi ele quem escreveu, interpretou e a gravou, pela primeira vez, em 1979.
Hazard foi um músico norte-americano – morreu em 2008 – que começou por andar pelos territórios da folk, country mas seria no electro-pop que iria afirmar-se, editando o primeiro longa duração em 1982, destacando-se os temas “Escalator of Life” e “Change Reaction”, o primeiro com a sonoridade típica daquela era, com os sintetizadores a assumir o papel principal, e que fica bem em qualquer playlist dos 80’s.
Seria, contudo, a rebelde Cyndi Lauper, com o seu look inspirado no movimento punk, a voz aguda e uma energia sem fim que viria a popularizar o tema de Hazard.
Depois de uma primeira tentativa, gorada, de vingar no mundo da música, com a banda Blue Angel, formada em 1978 – e sem qualquer apontamento digno de registo -, a cantora nascida em Queens, Nova Iorque, lançou-se a solo. E não poderia ter desejado melhor estreia. Em 1983, com o primeiro longa duração – “She’s So Unusual” – título que a descrevia na perfeição – conseguiu colocar 4 temas no Top 5 da Billboard: “Girls Just Wanna Have Fun”; “Time After Time”, escrita em parceria com Rob Hyman, membro fundador dos The Hooters; “She Bop”; e “All Through The Night”.
Neste primeiro longa duração de Lauper estavam outras covers que conseguem, no mínimo, ombrear com os originais. É o caso de “When You Were Mine”, canção originalmente escrita e gravada por Prince, o génio de Minneapolis, no seu disco “Dirty Mind”, de 1980.
Uma cover ligeiramente desacelerada e com uma atmosfera um pouco mais eletrónica mas que, em tudo o resto, é muito fiel ao original. A diferença é marcada pela interpretação e voz de Lauper. Neste caso, contudo, a cover não ultrapassou o original.
A canção original de Hazard, do final dos anos 70, originou mais de 30 covers, uma das mais recentes, de 2015, pela banda synth-Pop Chromatics – que recuperou outros êxitos dos anos 80, assim como a indisfarçável inspiração para a sua sonoridade. O disco contém diversas versões do tema, uma num registo etéreo e várias em versão dançável, que colocam o protagonismo nos ritmos e batidas e menos na voz.
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