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Music-Check. “Because The Night” é uma canção de Bruce Springsteen?

Música
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Era uma canção inacabada e Bruce julgava não ter ainda a coragem para a concluir. Encontrou essa vontade em Patti Smith, apaixonada por Fred Smith, dos Sonic Youth. A canção fazia, para ela, todo o sentido. E isso percebe-se pela forma como a arrebatou.

No final da década de 70, quando o seu nome não tinha ainda a dimensão de hoje, Bruce Springsteen abriu mão de um tema que escreveu durante as sessões de “Darkness on the Edge of Town”, o seu quarto LP, editado em 1978. No natural processo de construção do alinhamento do disco,  “Because the Night” foi uma das canções que ficou de fora. Mas o abandono durou pouco. No estúdio ao lado daquele onde Bruce gravava o seu disco, estava Patti Smith, que recebeu o tema de braços abertos e o incluiu-o no seu terceiro LP, “Easter”, produzido por Jimmy Lovine, que também acompanhava o Boss.

Era uma canção inacabada e Bruce julgava não ter ainda a coragem para a concluir. Encontrou essa vontade em Patti Smith, apaixonada por Fred Smith, dos Sonic Youth, com quem viria a casar em 1980. A canção fazia, para ela, todo o sentido. E isso percebe-se pela forma como a arrebatou. Faltava-lhe um single e confessou-o a Springsteen, que, generoso, lhe entregou a sua canção.

Smith deu o seu cunho à canção e o single atingiu o 13º posto de vendas nos EUA e o 5ª, no Reino Unido.

De fora do disco de Bruce, mas presença constante nas suas atuações ao vivo – desde 1978, ano em que escreveu a canção -, o tema acabaria por ser editado no triplo LP ao vivo “Live in Concert 1975-85”.

Ao vivo em Houston, 1978

Mais recentemente, surge a versão de estúdio, em “Promisses” (2010), que recupera as canções que ficaram de fora de “Darkness on the Edge of Town”. É a 6ª faixa daquele disco, todo ele um lado B, todo ele um potencial lado A.

Como acontece com as grandes canções, “Because the Night” foi resgatada inúmeras vezes, assumindo diferentes roupagens sonoras – há covers mais felizes do que outras, claro – sendo que aquela que melhor trata o original, porque o respeita e, assim, lhe acrescenta algo – neste caso a voz e a interpretação de Natalie Merchant – foi gravada na actuação dos 10 000 Maniacs na sessão MTV Unplugged, de 1993.

A versão de Smith ficará sempre como a mais conhecida/reconhecida, mas Bruce continua a insistir em puxar a canção para o seu território, sempre que pode.

Avaliação do Polígrafo:

 

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