No início da entrevista à TVI, questionado sobre se cometeu “um erro”, ou pelo menos foi “imprudente” ao manter a ligação à empresa Spinumviva (através da sua mulher, com quem está casado em comunhão de adquiridos) quando assumiu o cargo de Primeiro-Ministro, a resposta de Montenegro foi a seguinte: “Creio que não.”
Já na fase final, questionado sobre se “não faz um mea culpa“, acabou por ceder, afirmando: “Faço. E com certeza que se calhar cometi alguns erros na comunicação. Se calhar podia ter correspondido a ímpetos de ter feito intervenções mais vezes. Mas cada um tem o seu estilo, eu tenho o meu.”
O facto é que, anteriormente, Montenegro insistiu sempre na ideia de que já tinha dado todas as explicações e de forma clara sobre o caso da empresa Spinumviva. Por exemplo, no dia 1 de março, ao anunciar que o Governo iria apresentar uma moção de confiança, o Primeiro-Ministro assegurou que já tinha prestado no Parlamento (quando foi votada a moção de censura do Chega, a 21 de fevereiro) “todos os esclarecimentos que eram devidos dentro dos limites que devia respeitar sobre informação de terceiros”.
“Como já se esperava, para alguns os esclarecimentos não foram suficientes. Nunca serão suficientes. (…) Este é o círculo vicioso que muitos desejam e de que muitos não querem sair”, acusou Montenegro.
Posteriormente, a 5 de março, no debate sobre a moção de censura do PCP no Parlamento, Montenegro chegou mesmo a recusar dar mais explicações, acusando os partidos da oposição de quererem “estar um ano e três meses a desgastar o Governo”. No entanto, sublinhou, “o Primeiro-Ministro não está aqui para dar para esse peditório. (…) Às vezes, tenho mais que fazer do que estar a responder-lhes todos os dias, senhores deputados”.
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