Esta tarde no Porto, onde participou na 15.ª edição do Prémio Manuel António da Mota, questionado por jornalistas, o Primeiro-Ministro e líder do PSD recusou comentar a indisponibilidade do almirante Henrique Gouveia e Melo para ser reconduzido no cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada, ou a provável candidatura à Presidência da República que entretanto a SIC Notícias avança que deverá ser anunciada em março de 2025.
No entanto, Luís Montenegro fez questão de recordar que está “vinculado a uma moção de estratégia” que apresentou no último Congresso do PSD, apontando para o compromisso de apoiar um militante do partido na corrida ao Palácio de Belém.
“Como presidente do PSD estou vinculado a uma moção de estratégia que apresentei ao último congresso e na qual nós preconizamos uma candidatura do nosso espaço político, preferencialmente um militante nosso, e é isso que vamos fazer“, garantiu.
É verdade que Montenegro está “vinculado” a apoiar candidato à Presidência da República que seja militante do PSD?
De facto, na sua “Proposta de Estratégia Global” que foi aprovada no 42.º Congresso Nacional do PSD, em julho deste ano, classificando as eleições presidenciais de janeiro de 2026 como um dos principais “desafios” do partido no futuro próximo, ressalva-se que é “uma eleição unipessoal, onde as candidaturas surgem da vontade individual das personalidades que se propõem a desempenhar a função de Presidente da República. Sempre defendemos, portanto, que as candidaturas não devem nascer nos partidos, o que não quer dizer que os partidos as não possam apoiar e até estimular”.
Posto isto, no documento assegura-se que “seguiremos a tradição de aguardar as disponibilidades eventuais de militantes do partido com apetência e qualificação pessoal e política para o cargo. Estamos numa situação particularmente exigente, porquanto no final do mandato do atual Presidente cumprir-se-ão 20 anos de mandatos de militantes e antigos presidentes do PSD na Presidência da República”.
“Há seguramente nos nossos quadros partidários, militantes com notoriedade e conhecimento profundo e transversal do país, das políticas públicas, das instituições democráticas e cívicas, da realidade geopolítica internacional, da nossa participação na Organização das Nações Unidas, na União Europeia, na NATO, na CPLP e em todas as plataformas internacionais em que intervimos”, sublinhou Montenegro na referida moção de estratégia global. “Personalidades que dão garantias de isenção e competência para cumprir as responsabilidades que a Constituição da República atribui ao mais alto magistrado da nação”.
Confirma-se assim que Montenegro diz a verdade quando recorda que está “vinculado” pela moção de estratégia global a apoiar um militante do PSD (não identificado) nas próximas eleições presidenciais.
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