“O desemprego está em mínimos e o emprego em máximos históricos“, declarou hoje o Primeiro-Ministro Luís Montenegro, no debate sobre a moção de confiança na Assembleia da República, por entre uma série de indicadores que evocou para defender o trabalho realizado pelo Governo da Aliança Democrática (AD) desde a tomada de posse em abril de 2024.
Esta alegação em específico de Montenegro tem fundamento?
Começando pelo desemprego, não é isso que mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Na verdade, a taxa de desemprego subiu muito significativamente no último trimestre de 2024, aumentando para 6,7% da população ativa. Assim, a população desempregada, que o INE estima em 368,3 mil pessoas, “aumentou 10,1% (33,6 mil) em relação ao trimestre anterior e 2,7% (9,6 mil) relativamente ao trimestre homólogo”.
Mesmo que Montenegro se estivesse a referir à percentagem anual, a taxa de desemprego de 6,4% para 2024 não representa um valor histórico. Em 2022 a taxa foi de 6,2% e em 2000 e 2001, aí sim com valores históricos, só 3,9% da população ativa estava desempregada, o que naturalmente tem também que ver com o facto de entrarem nos cálculos os jovens a partir dos 15 anos.
Quanto ao emprego, tem razão. No 4.º trimestre de 2024, segundo o INE, a população empregada (5,15 milhões de pessoas) aumentou 0,2% (7,9 mil) em relação ao trimestre anterior e 1,3% (65,1 mil) relativamente ao trimestre homólogo de 2023. Este é mesmo “o valor mais elevado da série iniciada em 2011”, informa o INE, o que confirma as palavras do Primeiro-Ministro.
Como extrapolou no que respeita à taxa de desemprego, porém, optamos pela classificação de “Impreciso“.
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