Nas primeiras posições da suposta lista dos “30 países africanos com as melhores estradas” destacam-se a Namíbia, Egipto, Ruanda, Maurícias, Marrocos, África do Sul, Quénia, Senegal, Tanzânia e Argélia. O único país de língua oficial portuguesa que figura na lista é Cabo Verde, na 11.ª posição.
A ausência de países como Moçambique e Angola está a motivar dúvidas e polémica nas redes sociais, onde a lista tem sido partilhada viralmente em publicações com língua portuguesa. “Não se mata em procurar, não está na lista”, comenta-se num post de 15 de setembro no Facebook que já acumula mais de 10 mil interações.
Estes dados têm fundamento?
Indica-se como fonte de informação a entidade “Africa is Home Tourism Center” que, de acordo com a nossa pesquisa, não passa de uma agência de viagens e não tem dados sobre a qualidade das estradas no continente africano.
Os dados mais fidedignos e recentes que encontramos sobre a qualidade das infra-estruturas rodoviárias estão patentes num relatório elaborado por técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e divulgado em 2022.
Os técnicos do FMI avaliam a qualidade das estradas através de um método de cálculo (que engloba diversos fatores, nomeadamente um ajustamento às especificidades geográficas) da velocidade média e tempo de viagem em automóvel entre as principais cidades de cada país.
Foram analisados 160 países e a tabela do FMI é liderada pelos Estados Unidos da América (EUA), com o resultado mais elevado. Seguem-se Portugal, Arábia Saudita, Canadá, França e Espanha.
Os primeiros países africanos na lista são África do Sul (8.ª posição) e Namíbia (9.ª posição).
Exclusivamente entre os países africanos da lista, os primeiros de língua oficial portuguesa são Moçambique (11.ª posição) e Angola (12.ª posição).
Em conclusão, não é verdade que Moçambique e Angola não se destaquem entre os “30 países africanos com as melhores estradas”, de acordo com os últimos dados do FMI, pelo que aplicamos o selo de “Falso”.
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Avaliação do Polígrafo: