Que a infidelidade é um comportamento tradicionalmente mais atribuído à população masculina é um dado adquirido, nomeadamente na cultura latina. Mas será mesmo assim? Será que hoje, com a emancipação da mulher, ainda é possível afirmar com segurança que o homem trai mais nas relações conjugais do que a sua companheira?
Aparentemente, não é assim – já não é assim. De facto, vários estudos publicados em revistas científicas garantem que hoje, nomeadamente entre a população mais jovem, a infidelidade não é um exclusivo do homem. Pelo contrário: machos e fémeas traem com a mesma regularidade.
No artigo “Infidelity in Romantic Relationships”, publicado na revista “Current Opinion in Psychology”, Frank Fincham e Ross May fixam o “estado da arte” nesta matéria:
- Não há diferenças significativas entre sexos no que respeita à traição.
- 2 a 4% dos casais monogâmicos confessam ter “prevaricado”, ao manterem relações sexuais com elementos externos ao casal no ano anterior.
- O período em que as traições acontecem não é especialmente surpreendente: no verão.
- Quem trai, normalmente já o fez no passado
- O estatuto sócio-económico não perece ter influência na decisão de trair – ou seja, o comportamento é transversal a todas as camadas da população.
Outro estudo, este da autoria de Effrosyni Adamopoulou, concluiu que a beleza física não é um critério fundamental para que se traia mais, nomeadamente entre as camadas mais jovens.
No seu trabalho, publicado na revista “Economic Letters”, Adamoupoulou também concluiu que mulheres e homens têm a mesma propensão para trair. A investigadora encontrou dois fatores suscetíveis de inibir a traição:
- A religião: pessoas mais religiosas manifestam menor propensão para trair.
- A paternidade/maternidade: quem tem filhos normalmente trai menos.