Em resposta à deputada comunista Paula Santos, ontem de manhã, a ministra da Saúde, que foi ouvida no Parlamento sobre o Plano de Emergência para o SNS a pedido do PSD, Chega e PS, considerou que “os privados não têm um problema em termos de procura, até pelo contrário”. Segundo Ana Paula Martins, no entanto, apesar de a procura ter cada vez mais a ver “com áreas mais complexas”, a proporção continua a ser pouco significativa quando o SNS entra nos cálculos.
“Nos partos isso é claro: 70% dos dos partos em Portugal fazem-se no Serviço Nacional de Saúde, mesmo com todas estas limitações de que aqui falámos”, completou Ana Paula Martins. E se a ministra “errou”, foi apenas por defeito.
É que, segundo os dados mais recentes da Entidade Reguladora da Saúde, publicados em fevereiro de 2023 mas relativos a 2021, nesse ano, “nos estabelecimentos hospitalares que tinham por objeto a prestação de serviços médicos e de enfermagem em obstetrícia e neonatologia, realizaram-se 75.468 partos”.
Da análise de dados da ERS, conclui-se que a maioria dos partos realizados aconteceu em estabelecimentos do SNS (80,5%) e que os restantes, 14.709, realizaram-se em estabelecimentos não integrados no SNS. O mais expressivo recurso a privados acontece na região de Lisboa e Vale do Tejo, com 9.049 dos 23.428 partos feitos nesse setor, ou seja, 38,6%.
No Alentejo, todos os partos aconteceram no SNS e na região Centro apenas 100 de 10.524 foram realizados no privado.
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