Na sua estreia como comentador da TVI, Miguel Sousa Tavares abordou um dos temas mais polémicos do momento: o sorteio do juiz de instrução do Caso Marquês.
Segundo o jornalista – que para além de comentar a atualidade terá também funções de editor do jornal da TVI de segunda-feira -, a entrada de Ivo Rosa no processo poderá marcar uma mudança de rumo, na medida em que este é conhecido por ser um formalista, que privilegia a prova direta e que valoriza mais do que Carlos Alexandre (o titular do caso durante a investigação) a importância do cumprimento escrupuloso dos protocolos de investigação judicial definidos na lei.
(…) esse depoimento foi longamente negociado em troca de Hélder Bataglia deixar de ter pendente sobre ele um mandado de captura internacional que o retinha em Angola praticamente em prisão domiciliária”, disse o comentador.
Entre outras considerações sobre o caso, Sousa Tavares afirmou que este se baseia essencialmente em prova indireta. “A única prova praticamente direta que o Ministério Público tem surge quase no final, que é o testemunho de Hélder Bataglia em relação à intervenção o de José Sócrates ou não na história da PT a mando de Ricardo Salgado (…) sendo que isto é o que os brasileiros dizem que é uma delação premiada porque esse depoimento foi longamente negociado em troca de Hélder Bataglia deixar de ter pendente sobre ele um mandado de captura internacional que o retinha em Angola praticamente em prisão domiciliária”, disse.
Para alicerçar estas afirmações, Miguel Sousa Tavares afirma que leu 1200 páginas da acusação do Processo Marquês. Ora, a acusação tem cerca de 4000 páginas e em nenhuma delas há evidência de que esse acordo em concreto tenha sido realizado.
O que está documentado são várias trocas de correspondência em que o empresário luso-angolano Hélder Bataglia coloca uma condição para que se desloque a Portugal no sentido de prestar um depoimento complementar ao que já fizera em Angola: não ser preso assim que pisasse território nacional – o que é diferente de negociar o cancelamento de um mandado internacional.
Face aos dados conhecidos, o que Miguel Sousa Tavares disse é…