Numa entrevista ao jornal “Sol”, publicada na edição de ontem, o ex-ministro do PSD, Miguel Relvas, foi questionado sobre a possibilidade de o Governo precisar de um “refrescamento” e respondeu que “é muito cedo” para isso, empurrando a mudança para antes ou depois das eleições autárquicas.
“As remodelações pretendem refrescar, criar uma dinâmica, e eu não acho que seja ainda necessário fazer isso. O que é preciso é que haja coordenação”, disse. “A ministra da Saúde tem sido massacrada, mas digo que só houve um ministro em Portugal em democracia que resistiu o mandato todo, que foi o Paulo Macedo”, comentou ainda. Mas não é verdade, uma vez que há outros casos de ministros que ficaram até ao fim do mandato.
Em Portugal, durante o período democrático, houve ministros da Saúde que completaram mandatos governamentais inteiros. Além do caso mencionado por Relvas (o ministro Paulo Macedo tutelou a Saúde durante todo o XIX Governo Constitucional, de 2011 a 2015), também Maria de Belém Roseira foi ministra de 1995 a 1999, durante todo o XIII Governo Constitucional, liderado por António Guterres.
Há outros casos a apontar como o de Leonor Beleza, que foi ministra da Saúde de 1985 a 1990. A ministra da Saúde de Cavaco Silva resistiu a todo o primeiro mandato e só saiu no segundo Governo, em 1990, durante uma remodelação governamental. Além de Beleza, Ana Jorge, ministra de Sócrates entre 2008 e 2011, cumpriu um mandato interrompido pela queda do Governo (entre 2009 e 2011).
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