Na manhã que marcou o início do 41.º Congresso do PSD, em Almada, Miguel Pinto Luz falou ao “Facto Político“, programa publicado semanalmente no site da SIC Notícias, essencialmente para dissipar as dúvidas quanto ao certo sanitário de Luís Montenegro face ao Chega. O “não é não” do líder dos sociais-democratas ainda não convence os partidos à esquerda, até pelo que aconteceu no Governo regional dos Açores: um acordo de incidência parlamentar que o vice-presidente do PSD diz nunca ter existido.
“José Manuel Bolieiro não fez acordo nenhum com o Chega, o Chega não está no Governo, não houve qualquer cedência ao Chega e vide agora o chumbo do Orçamento. É uma não questão. A comunicação social continua a navegar nessa narrativa: é uma agenda que interessa, mas não é um facto”, começou por afirmar Pinto Luz.
Facto, continuou, é que José Manuel Bolieiro “não fez qualquer acordo: nem de incidência parlamentar nem de governação”. É verdade?
Não. Em novembro de 2020, o Chega anunciava que ia ajudar a viabilizar o Governo de direita nos Açores: junto com o PSD, pretendia reduzir a “significativa a subsídiodependência na região” e criar “um gabinete regional de luta contra a corrupção”. A 6 desse mês era assinado o acordo de incidência parlamentar entre o PSD, o CDS-PP, o PPM e o Chega, partidos aos quais se juntaram, um dia depois, os liberais (que acabaram por romper o acordo em março deste ano).
Contactado pelo Polígrafo, Miguel Pinto Luz admitiu o erro: afinal, é verdade que José Manuel Bolieiro, presidente do Governo regional dos Açores, assinou um acordo de incidência parlamentar com o partido de André Ventura em novembro de 2020, dias depois das eleições regionais.
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Avaliação do Polígrafo: