"Ivermectina é um medicamento muito comum usada para tratar vários tipos de parasitas em humanos e animais em todo o mundo. Várias pesquisas demonstraram que a Ivermectina também pode ajudar no tratamento de vírus, incluindo vírus de RNA, como HIV, gripe e dengue", indica-se na publicação.

"A Ivermectina já está ser usada para tratar com sucesso o coronavírus", assegura-se. "Pode mesmo ser usado profilaticamente para reduzir os riscos já potencialmente expostos. Parece oportuno que os profissionais do corpo médico experimentarem o uso deste fámaco, pois as contra-indicações são mínimas e a recompensa é potencialmente alta. Especialmente porque está disponível em qualquer lugar fora das nações ocidentais, mesmo em lugares muito remotos ou rurais, onde os medicamentos para tratamento de Covid-19, attualmente em teste, são muito mais difíceis de encontrar. Qualquer veterinário terá uma tonelada deste produto".

Confirma-se?

Tal como a Agência Lusa, o jornal "Público" e outros órgãos de comunicação social informaram ontem, dia 5 de abril, uma equipa de investigadores australianos demonstrou que o medicamento desparasitante Ivermectina eliminou em 48 horas o novo coronavírus em provas in vitro. Porém, as experiências foram realizadas em culturas celulares e não é possível para já realizar ensaios em seres humanos.

Em declarações à Rádio Renascença, Marco Gil, diretor comercial da Hovione - uma das empresas farmacêuticas responsáveis por grande parte da produção mundial do fármaco -, salientou que "neste momento, têm de ser feitos estudos de fase três já em pacientes e terá de descobrir-se a dose terapêutica, para se apurar se, de facto, essa dose está dentro dos limites de toxicidade com que pode ser usado este produto".

Marco Gil ressalvou que só daqui a "cerca de seis a nove meses" é que se poderá ter a certeza se o medicamento é eficaz no combate ao novo coronavírus.

Em suma, e ao contrário do que a publicação sob análise sugere, a Ivermectina não está a "ser usada para tratar com sucesso o coronavírus", uma vez que ainda nem sequer foi testada em humanos.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

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