"Os nossos agentes de segurança, seja da PSP, seja da GNR, por exemplo, são mal pagos. Comparado com as responsabilidades que têm e com os riscos que correm, deviam ganhar mais. Como em vários outros setores da Função Pública. Por exemplo, também, nestes últimos anos dos Governos de António Costa, o número de efetivos, quer da PSP, quer da GNR, o número de efetivos baixou. Houve uma diminuição em termos reais", afirmou Luís Marques Mendes, antigo líder do PSD, ontem à noite, no espaço de comentário político que protagoniza na SIC.

Tem razão?

Consultando os dados compilados na Pordata verificamos que o número de pessoas que trabalham na Polícia de Segurança Pública (PSP) baixou de um total de 21.360 em 2015, quando António Costa assumiu pela primeira vez o cargo de primeiro-ministro (em novembro de 2015, mais precisamente) para 20.805 em 2020, último ano com dados disponíveis.

No que respeita à Guarda Nacional Republicana (GNR), o número de trabalhadores baixou de 22.964 em 2015 para 21.995 em 2020.

Marques Mendes não se referiu à Polícia Judiciária (PJ) nem ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), mas também há dados referentes a esses organismos. Na PJ, o número de trabalhadores baixou de 1.041 em 2015 para 873 em 2020, ao passo que no SEF aumentou de 686 em 2015 para 1.016 em 2020.

Na mesma intervenção, Marques Mendes ressalvou o facto de Portugal ser um dos países da União Europeia com mais agentes da polícia em proporção da respetiva população. Sim, também é verdade.

De acordo com os últimos dados recolhidos pelo Eurostat, gabinete de estatística da União Europeia, em média no período entre 2018 e 2020, Portugal destaca-se como o quinto país com mais agentes de polícia por 100 mil habitantes (i.e., em proporção da respetiva população) entre os Estados-membros da União Europeia, superado apenas por Chipre, Grécia, Croácia e Malta.

Com um total de 445,1 agentes da polícia por 100 mil habitantes, neste indicador Portugal está muito acima da média da União Europeia (333,4 agentes da polícia) e da Finlândia que se destaca no extremo oposto do gráfico, com apenas 134,1 agentes da polícia em proporção da respetiva população. Na média entre 2018 e 2020, voltamos a sublinhar.

O Eurostat ressalva que "poderão existir diferenças entre os países sobre que empregos são contabilizados como agentes da polícia, devido a variações na forma como cada país organiza as autoridades policiais".

Em sentido inverso, no que concerne à percentagem de mulheres entre os agentes da polícia, Portugal regista o nível mais baixo na União Europeia, com apenas 8,4%, seguindo-se a Itália (8,7%) e a Bulgária (11,6%).

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