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Marques Mendes na SIC: “Este será o primeiro orçamento sem défice na história da democracia.” Será?

Política
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Entre críticas ao Governo - com a altercação recente entre António Costa e Mário Centeno na reunião do Eurogrupo em destaque - o comentador da SIC destacou um feito que considerou "histórico": o facto de, pela primeira vez em mais de 40 anos, Portugal ter um orçamento que não prevê défice - pelo contrário, antecipa um "superavit" nas contas da nação.

No seu comentário habitual de domingo no Jornal da Noite da SIC, Luís Marques Mendes sublinhou os bons resultados orçamentais obtidos pelo Governo liderado por António Costa desde que iniciou funções. O ex-líder do PSD congratulou-se por tudo indicar que o orçamento do Estado para 2020 vai prever um superavit orçamental – ou seja, Portugal ganhará mais do que gastará.

“É um orçamento histórico porque é a primeira vez que se consegue na história da democracia”, afirmou o comentador da SIC. Estas boas notícias surgem, ironicamente, quando, também garantiu Marques Mendes, Costa e Mário Centeno, ministro das Finanças, estão com relações tensas depois de um desentendimento em pleno Eurogrupo, a que Centeno preside na qualidade de ministro das Finanças do Governo Português.

Mas será verdade que, de facto, o Orçamento de 2020 é o primeiro a prever superavit na história da nossa democracia?

Segundo os dados oficiais, a resposta é positiva. O ministro das Finanças está a apontar para um excedente orçamental de 0,2% do PIB. Ou seja, entre aquilo que recebe e o que gasta, o Estado terá um ‘lucro’ de duas décimas, que correspondem a pouco mais de €400 milhões.

A confirmarem-se as previsões do Executivo estamos perante um cenário que muitos acreditavam ser impossível quando o PS, com o apoio do Bloco de Esquerda e do PCP, começou a governar em 2015.

défice
A evolução do défice público nos últimos anos. Fonte: Pordata

A validar as contas do Governo está o Conselho de Finanças Públicas, que foi mais longe na análise, ao prever uma melhoria do saldo orçamental pelo menos até 2021, “num cenário de políticas inalteradas” – leia-se se com a austeridade a prosseguir. Depois desse ano, os resultados esperados passam a ser menos favoráveis, mas as contas mantêm-se em excedente, de 0,3% em 2022 e de 0,2% em 2023.

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