“Ouço muitos membros do Governo queixar-se da sua herança, mas julgo que nunca houve nenhum Governo que recebesse, na nossa democracia, um país em melhores condições”, começou por afirmar, na noite de ontem em debate frente a Paulo Rangel, a ex-ministra socialista Mariana Vieira da Silva. Em causa as conquistas “nas contas públicas, no aumento dos rendimentos e na redução das desigualdades”.
Ao nível do PRR, a então ministra da tutela lembrou que, há um ano, Portugal já era “o segundo país da União Europeia com melhor execução do PRR, no sentido em que só Portugal e Itália concluíram as medidas que estavam previstas para o fim de 2024, tal como tinham concluído as que estavam previstas para 2023″. Confirma-se?
Sim. Segundo a Comissão Europeia (CE), num comunicado de 23 de dezembro de 2024 em que se anunciava o pagamento a cinco estados-membros, apenas Portugal e Itália tinham recebido cinco e seis pagamentos, respetivamente, até essa data. A Alemanha estava ainda na segunda tranche (de 13,5 mil milhões de euros), bem como a Roménia (37 milhões de euros) e a República Checa na terceira (1,7 mil milhões de euros). O Polígrafo confirmou ainda, um a um, os 23 estados-membros que estão a beneficiar das ajudas europeias.
A Croácia, por exemplo, já fez o pedido para o quinto pagamento (em abril de 2024), mas o montante ainda não foi desembolsado. Quanto a Portugal, a quinta tranche foi pedida em julho e autorizada no último mês, num total de 2,9 mil milhões de euros. Já na Itália, que ultrapassou o nosso país, o sexto pagamento de 8,7 mil milhões de euros foi pedido em junho de 2024 e pago em dezembro do mesmo ano.
Até agora, Portugal já recebeu da Europa 11,39 mil milhões de euros do total de 22,2 mil milhões alocados. Itália recebeu 122,2 mil milhões de um bolo que chega aos 194,4 mil milhões de euros. Recorde-se que os pagamentos são facilitados aos países que comprovem, através das metas impostas, estar a cumprir o plano.
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Avaliação do Polígrafo: