Em entrevista na TVI, Mariana Mortágua, comentando as alegadas “privações” que actualmente experimentam os banqueiros por si interrogados em comissões de inquérito, aproveitou para lançar uma proposta para taxar um bem que não considera prioritário. Afirmou a deputada do Bloco de Esquerda: “Estamos em campanha eleitoral e tenho uma proposta para lhe fazer, que é: na dúvida aumentamos o IVA dos campos de golfe, que pagam 6% como se fossem um bem essencial, e (…) acabamos com as leis que permitem que esta gente ponha o dinheiro em offshores.”
“Tratou-se de um lapso de Mariana Mortágua”, diz ao Polígrafo fonte oficial do Bloco de Esquerda.
Reconhecida especialista em contas, Mariana Mortágua desta vez errou nos números. De facto, o IVA dos campos de golfe não é, contrariamente ao que afirmou a bloquista, de 6% – na verdade está nos 23%, valor que tem merecido fortes críticas dos agentes, que consideram estratégico um regresso aos 6% que pagavam até 2010, ano em que José Sócrates anunciou um pacote de medidas de austeridade que incluíam, entre outras coisas, a suspensão imediata do investimento público previsto para 2010, o corte dos salários dos trabalhadores da função pública que ganhassem mais de 1.500 euros e o aumento de impostos, nomeadamente do IVA, para 23% em alguns sectores. O golfe foi um deles.
Ao Polígrafo, fonte oficial do Bloco de Esquerda afirmou: “Tratou-se de um lapso de Mariana Mortágua, que queria referir-se à proposta de imposto específico sobre bens e serviços de luxo – constante do programa do Bloco e que inclui, entre outros, a utilização de campos de golfe. O Bloco apoiou a subida do IVA sobre o golfe para a taxa máxima quando esta questão se colocou.”
Avaliação do Polígrafo: