Ainda o atual Presidente da República era o comentador mais célebre do país quando, nos ecrãs da TVI, defendeu duas ideias:
- Que os presidentes da República não devem fazer mais de um mandato;
- Que os candidatos que eventualmente surgissem para as eleições presidenciais agendadas para fevereiro de 2016 deviam assumir o compromisso de não se recandidatar.
As declarações foram proferidas no dia 26 de Janeiro de 2014 durante o seu comentário dominical do Jornal das 8 da TVI, enquanto fazia o balanço de oito anos de mandato presidencial de Cavaco Silva. “Dez anos para um Presidente é muito tempo”, defendeu, para acrescentar que “sujeitar um Presidente a uma reeleição nunca é positivo”.
Em vez de dois mandatos, o comentador – que viria a vencer as eleições em 2016 com 52% dos votos – defendia uma revisão constitucional que tornasse o mandato presidencial único, mas mais longo – “de seis ou sete anos”, afirmou.
No último sábado, 26, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou o que se segue no final de uma visita oficial ao Panamá, onde até domingo participou nas Jornadas Mundiais da Juventude: “Saio daqui — e amanhã [domingo] admito que mais — com uma grande vontade de, se Deus me der saúde e se eu achar que sou a melhor hipótese para Portugal, com uma grande vontade de me recandidatar”.
Em nenhuma passagem das suas palavras deu conta de que o facto de não se rever no sistema de dois mandatos presidenciais poderia ser uma circunstância que teria peso quando, em “meados de 2020”, tomar a decisão final. Na verdade, quando questionado sobre o que o faria ter dúvidas afirmou o que se segue: “Tenho de ter saúde e tenho de ver se não há ninguém em melhores condições para receber o Papa” – Papa que estará em Portugal em 2022, ano em que se realizarão em Portugal as Jornadas Mundiais da Juventude.
Avaliação do Polígrafo: