- O que está em causa?Exatamente 38%, no que concerne a "Férias fora da sua residência", sobressaindo como "a sétima percentagem mais elevada da Europa". São dados referentes a 2020, a partir dos quais se conclui que "os portugueses são dos europeus que menos Férias fazem (...), apenas comparável aos países mais pobres e endividados". Verificação de factos.

"Os portugueses são dos europeus que menos Férias fazem. Mais de um terço (38%) dos portugueses não têm dinheiro para uma semana de Férias. Somos o sétimo pior país, apenas comparável aos países mais pobres e endividados", lê-se no post de 7 de agosto no Facebook, remetido ao Polígrafo com solicitação de verificação de factos.
Mostra um gráfico com dados sobre a percentagem da "população incapaz de pagar uma semana de Férias fora da sua residência em 2020", no qual Portugal surge em destaque com "a sétima percentagem mais elevada da Europa", ao já referido nível de 38%. No topo do ranking figura a Roménia com 56%, ao passo que no extremo oposto encontra-se a Noruega com apenas 7%.

Os dados são verdadeiros, recolhidos a partir do Eurostat (pode consultar aqui), gabinete de estatística da União Europeia.
Em causa está a percentagem da população com 16 ou mais anos de idade que não tem capacidade financeira para usufruir de uma semana de Férias fora da sua residência, até ao ano de 2020, embora o Eurostat já tenha disponibilizado os dados referentes a 2021 de alguns países (não é o caso de Portugal.
No que respeita a Portugal, apesar da elevada percentagem de 38,1% registada em 2021 (de facto, a sétima mais elevada entre os Estados-membros da União Europeia e muito superior à média dos 27 países em conjunto que, nesse mesmo ano, foi de 28,6%), o facto é que tem vindo a decrescer ao longo dos últimos anos: em 2010, por exemplo, ascendia a 64,6%.

Em 2020, os países com percentagens mais elevadas (acima de Portugal) foram a Roménia com 56,1%, a Grécia com 53,1%, a Croácia com 49,4%, o Chipre com 42,6%, a Bulgária com 39,3% e a Hungria com 38,8%.
No extremo oposto da tabela destacam-se a Noruega e a Suíça, com 6,9% e 7,9% respetivamente, dois países que não integram a União Europeia. Restringindo aos 27 Estados-membros, a percentagem mais baixa regista-se na Suécia, com 9,7%.
Relativamente aos dados de 2021 já disponíveis, importa salientar que a percentagem na Roménia aumentou ainda mais para 60%.
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Avaliação do Polígrafo:
