"Mais de 10 mil professores abandonaram a profissão em 10 anos. Estão fartos de ser desprezados e escravizados", destaca-se no post de 19 de fevereiro no Facebook. Poucas semanas depois de vários órgãos de comunicação social terem noticiado que a falta de docentes e o abandono da profissão estão relacionados com baixos salários, instabilidade e demasiada pressão.

Os números em causa foram avançados pelo "Diário de Notícias", no dia 20 de janeiro. Em declarações ao jornal, Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), sublinhou que "mais de 10 mil professores saíram da profissão e não estão para voltar porque as condições são as que nós sabemos. Não vale a pena tentar fingir que não existe este problema".

"Fomos alertando e nunca foi motivo de grande preocupação. Os números não enganam", afirmou o dirigente sindical. Segundo o "Diário de Notícias", há uma escassez de professores e alunos em sobra que "não conseguem ter as aulas todas", mesmo quatro meses depois do início do ano letivo. "Entre aposentações, desistência da profissão e ainda a queda de alunos nos cursos superiores de Educação, Portugal já está a enfrentar uma crise de falta de professores que se vai agravar".

Os números relativos à reforma de docentes apontam no mesmo sentido. No ano passado reformaram-se dois mil professores, o valor mais alto desde 2013. Aa previsões da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) não deixam antever o melhor cenário: "Até ao ano 2030, 52 mil professores vão reformar-se, um número que corresponde a quase 60% dos docentes que se encontram no ativo neste ano letivo."

Para colmatar a falta de docentes nas escolas será necessário "contratar 34,5 mil profissionais até ao final da década", revela um estudo da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, em colaboração com a DGEEC.

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