“Dois pesos, uma medida. Um ladrão sincero”. Publicações recentes no Facebook pedem que se recorde que Lula da Silva, atual presidente brasileiro, “devolveu apenas nove dos 568 presentes que recebeu de chefes de Estado nos seus dois primeiros mandatos”. Mas não é verdade: o petista foi obrigado a devolver 434 objetos e, do total, só 11 não foram localizados.
A circular há meses nas redes sociais, estas publicações distorcem a informação sobre Lula da Silva, ignorando que durante grande parte do ano de 2016 esta “devolução” não era ainda prevista pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Afinal, só em setembro desse ano é que o Tribunal determinou que todos os objetos recebidos em viagens oficiais deviam ser incorportados no património da União (exceção apenas para itens de natureza ou uso pessoal, como medalhas ou perfumes.
Segundo o “Aos Fatos”, que desmontou a narrativa, “inicialmente foi estipulado que o petista deveria devolver 568 presentes. Desses, 559 tinham sido incorporados no seu acervo pessoal”. Depois, “uma comissão especial criada para vasculhar a relação de itens no Sistema de Gestão de Acervos Privados da Presidência constatou que deveriam ser devolvidos 434 objetos”. Desses, Lula só devolveu 423. “Os 11 presentes faltantes, com valor estimado em 11.748,40 reais, foram ressarcidos por Lula à União”. Em 2020, escreve o jornal, “o TCU considerou que os trabalhos de identificação e devolução de bens recebidos por Lula foram concluídos”.
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