Na reta final da entrevista à TVI, ontem à noite (10 de março), Luís Montenegro fez questão de revelar que ganhou mais-valias de cerca de 200 mil euros com a venda de ações do Millennium BCP, uma semana antes de tomar posse como Primeiro-Ministro em abril de 2024.
“Em 1998 eu comprei umas ações do BPA [Banco Português do Atlântico]”, começou por recordar Montenegro. Ora, “mais tarde”, depois de ter vendido essas ações (do BPA entretanto absorvido pelo Banco Comercial Português – BCP) com “uma mais-valia ainda razoável”, acabou por “fazer uma asneira que foi retomar a compra de ações do BCP“, um investimento que manteve “nos últimos 10 a 12 anos”.
“Eu decidi vender essas ações na semana anterior a ter tomado posse como Primeiro-Ministro. Vendi essas ações e tive até uma mais-valia muito significativa (…) de cerca de 200 mil euros. E decidi vender essas ações porque entendi que apesar de isto vir desde 1998, entendi que como Primeiro-Ministro não devia ter ações de uma entidade cotada na bolsa”, afirmou Montenegro.
Para depois concluir: “Se eu tivesse mantido essas ações, elas já tinha valorizado mais três vezes.”
Esta última alegação tem fundamento? Em abril de 2024, quando Montenegro tomou posse do cargo de Primeiro-Ministro, as ações do Millennium BCP estavam valorizadas em bolsa a 0,31 cêntimos de euro. Entretanto, a 10 de março de 2025, fecharam no valor de 0,53 cêntimos de euros.
Ou seja, no período temporal em causa regista-se uma valorização próxima do dobro (no dia 21 de fevereiro atingiram mesmo um pico de 0,55 cêntimos de euro), mas ainda assim relativamente distante do triplo evocado por Montenegro.
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