Esta segunda-feira à noite (10 de março), véspera do debate e votação da moção de confiança apresentada pelo Governo, em entrevista à TVI, o Primeiro-Ministro referiu que foi o único candidato nas últimas eleições legislativas que garantiu que só governaria em caso de vitória nas urnas de voto.
“Só vale a pena estar aqui com a legitimidade da vontade popular”, começou por afirmar Luís Montenegro. “E por isso eu fui o único candidato nas últimas eleições que disse, olhos nos olhos aos portugueses, ‘eu só serei Primeiro-Ministro se vencer as eleições.'”
Foi mesmo o único?
Desde novembro de 2023, quando o anterior Primeiro-Ministro, António Costa, anunciou a sua demissão, de acordo com o registo de sondagens eleitorais legislativas do Grupo Marktest – que compila informação disponível no site da ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social -, apenas o PSD e o PS foram apontados como possíveis candidatos à vitória nas eleições.
Dos líderes destes dois partidos, confirma-se que Montenegro foi o único a garantir que apenas seria Primeiro-Ministro se ganhasse as eleições.
Ou seja, colocando de parte uma solução à imagem da “geringonça” em 2015, quando o segundo partido mais votado (o PS) acabou por formar Governo, depois de derrubado o breve segundo Governo liderado por Pedro Passos Coelho (de coligação entre o PSD e o CDS-PP) e sustentado por acordos de incidência parlamentar com o BE, PCP e PEV.
No debate dos partidos com assento parlamentar, a 23 de fevereiro de 2024, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, deixou claro que assumiria o cargo de Primeiro-Ministro numa série de cenários distintos. “O PS governará se ganhar com maioria absoluta; governará se ganhar com maioria relativa mas conseguir encontrar uma maioria absoluta parlamentar, nomeadamente à esquerda; governará se, ficando em segundo, conseguir também construir uma maioria parlamentar à esquerda no Parlamento; governará se ganhar as eleições, num quadro de maioria de direita, tendo o PSD a não inviabilizar um Governo do PS.”
No mesmo debate, Montenegro já assumia a posição que esta segunda-feira relembrou em entrevista à TVI, dizendo: “Eu só serei Primeiro-Ministro e assumirei a liderança do Governo se vencer as eleições.”
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