Em português e em inglês: ontem à tarde, Luís Montenegro escreveu no X que “a situação humanitária que se vive em Gaza é absolutamente intolerável” e que “é imperativo permitir a entrada imediata, segura e sem qualquer entrave de toda a ajuda humanitária, para salvar a vida de milhões de seres humanos, incluindo crianças, mulheres e doentes”. Esta publicação, feita já depois de vencer as eleições legislativas de 18 de maio, está a gerar polémica uma vez que é diferente de quase tudo aquilo que tem sido dito pelos membros do primeiro Governo da AD e até da posição que o PSD mostrou ter ao longo dos últimos meses.
A título de exemplo, mostra-se nas redes sociais que quer os social-democratas quer o CDS-PP votaram contra o projeto de resolução n.º 672/XVI/1.ª do PAN, que recomendou ao Governo que participasse “nos esforços de envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza” e que condenasse a obstrução à prestação de cuidados de saúde na Cisjordânia. O documento deu entrada na AR em fevereiro deste ano e a votação aconteceu ainda nesse mês. Além dos dois partidos que suportavam o então Governo, só o Chega (e Miguel Arruda, já deputado não-inscrito) votou contra. Liberais abstiveram-se e a esquerda juntou-se para votar a favor, o que não foi suficiente.
A mudança de posição não acontece só no PSD. Também André Ventura afirmou na última quarta-feira, na CNN Portugal, que o facto de “[Israel] ser uma democracia não é uma carta branca para a violação dos direitos humanos, para o genocídio”.
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