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Linha de apoio ao cliente da IKEA possibilita reencaminhamento de “vítimas de violência doméstica” para serviço de apoio?

Sociedade
O que está em causa?
A deputada municipal bloquista Maria Escaja alertou, nas redes sociais, para esta alegada funcionalidade disponível para aqueles que entrem em contacto com a linha de apoio ao cliente da IKEA. De facto, vítimas de crimes de violência doméstica que liguem para esse número poderão ver a sua chamada reencaminhada, caso assim o desejem, para o Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica.

“Sabiam que se ligarem para o IKEA, no menu em que escolhem a opção que pretendem, há uma que é para vítimas de violência doméstica serem encaminhadas para uma linha de apoio?”, escreveu Maria Escaja, deputada municipal do Bloco de Esquerda em Lisboa, no X. 

Em causa uma publicação que mereceu reação por parte de alguns dos seus seguidores na referida rede social, havendo quem destacasse que se trate de uma “parceria com a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género [CIG] no âmbito do Pacto contra a Violência”. Mais uma das estabelecidas por esta entidade “com várias empresas no âmbito deste Pacto”.

Mas será que a narrativa é fundamentada?

Sim. Em causa uma iniciativa que foi anunciada, pela empresa de mobiliário e decoração, a 12 de março deste ano, em nota partilhada no site da marca, no âmbito do Dia Internacional da Mulher. E que surge, de facto, no âmbito de uma parceria com a CIG, que decorre já “pelo terceiro ano consecutivo”.

“Uma das medidas desta parceria foi a transformação na Linha de Apoio ao Cliente da IKEA, numa linha de informação e apoio a estas vítimas, com mais de 160 chamadas reencaminhadas desde o ano passado”, esclarece o mesmo comunicado, que sustenta, assim, a tese veiculada por Maria Escaja.

Desta feita, ao ligar para a marca, “as vítimas podem selecionar o reencaminhamento para o Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica, que garante o atendimento por uma equipa técnica especializada, de forma anónima e confidencial”. Algo que garante a quem recorre a esta funcionalidade uma segurança adicional, visto que, “ao ligar, a chamada fica registada como sendo para a IKEA”.

Ao Polígrafo, fonte oficial da marca ofereceu mais detalhes sobre como funciona o processo, assegurando ainda que também a empresa “não tem qualquer registo das pessoas que pedem o reencaminhamento da chamada”: “As vítimas ou testemunhas de violência podem pedir ajuda através da Linha de Apoio ao Cliente da IKEA (+351 21 989 99 45), selecionando a opção 8, que as redireciona automaticamente para o Serviço Nacional de Informação a Vítimas de Violência Doméstica.”

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Avaliação do Polígrafo:

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