O partido Iniciativa Liberal pretende ficar posicionado ao centro na nova composição da Assembleia da República, entre os principais partidos de centro-direita (PSD) e centro-esquerda (PS), tal como já tinha exigido em 2019 e 2022, sem sucesso. Desta vez, aliás, com o regresso do CDS-PP, deverá ficar ainda mais afastado do centro do Hemiciclo, remetido novamente para junto da bancada parlamentar do Chega.
Em várias publicações no X/Twitter questiona-se esse posicionamento mais à direita no Hemiciclo (isto é, a localização da respetiva bancada parlamentar) de um partido que não defende a maior parte dos princípios conservadores da direita tradicional portuguesa.
“O Livre e o Iniciativa Liberal deveriam estar ao lado do PAN [no centro do Hemiciclo]”, destaca-se num dos tweets em causa, argumentando que “CDS e PSD são conservadores e longe do centro”

“Não faz muito sentido que o Iniciativa Liberal se sente à direita do CDS“, comenta-se noutro exemplo recente.

Neste contexto, há quem aponte para o exemplo do Parlamento Europeu.
De facto, no Parlamento Europeu – quer a versão de Bruxelas, quer a de Estrasburgo -, o grupo político “Renovar a Europa” (que junta partidos liberais e outros mais de centro-direita como o francês “Renascimento” de Emmanuel Macron) está posicionado exatamente ao centro do Hemiciclo, a par do grupo do PPE (Partido Popular Europeu) que engloba os portugueses PSD e CDS-PP.
Saliente-se que, na parte central, os liberais estão mesmo à esquerda dos membros do PPE.

Outro exemplo é o do Parlamento da Alemanha (Bundestag), onde o Partido Democrático Liberal (FDP) está posicionado ao centro do Hemiciclo, com 92 deputados, entre “Os Verdes” e a CDU/CSU (de centro-direita).

Nestes dois exemplos, Parlamento Europeu e Bundestag, confirma-se que os partidos liberais estão sentados na parte central dos respetivos Hemiciclos.
Mas importa ter em atenção que o grupo “Revovar a Europa” inclui um partido de centro-direita como o “Renascimento” da França, ou que o FDP na Alemanha integra o atual Governo liderado por Olaf Scholz do SPD (centro-esquerda), numa coligação que inclui também “Os Verdes”.
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