“E assim que Trump for embora e nós tivermos recuperado o nosso devido lugar na Casa Branca, tenham cuidado se o apoiaram e endossaram as suas ações, porque a seguir vamos atrás de vocês. Vão sentir a vingança de uma nação. Nenhuma pedra será deixada por virar enquanto vos procuramos em todos os cantos desta grande nação. Porque foram vocês que nos traíram”, terá afirmado Kamala Harris no dia 18 de junho de 2020.
Esta suposta citação já tinha sido difundida viralmente nas redes sociais durante a campanha para a eleição presidencial dos Estados Unidos da América (EUA) em 2020, quando Kamala Harris era candidata a vice-presidente de Joe Biden, numa disputa frente a Donald Trump.
Agora que avança para uma candidatura à Presidência dos EUA, novamente contra Trump, a citação voltou a ser partilhada. Mas continua a ser totalmente falsa.
“Tomem muita atenção ao que Harris disse em 2020! Ela é uma pessoa perigosa. Muito perigosa. Ela não tem lugar perto da Sala Oval. Esperemos que ela seja derrotada na candidatura à Presidência”, alerta-se numa das mais recentes publicações que propagam a citação.
O problema é que Harris nunca proferiu tal declaração, pelo menos em público, tal como foi sinalizado logo na primeira vaga de partilhas pelo “PolitiFact” e outros jornais norte-americanos de verificação de factos.
A citação apócrifa teve origem numa publicação do “Bustatroll.org”, um site de conteúdos satíricos que se dedica a inventar histórias sobre política e outros temas.
Nessa publicação apresenta-se um discurso completamente inventado de Harris, no qual teria prometido “apanhar” e vingar-se dos apoiantes de Trump se o Partido Democrata vencesse a eleição presidencial de 2020. O que acabou por acontecer, com a eleição de Biden (e de Harris para vice-presidente).
O discurso era falso, Harris nunca tinha dito aquilo, mas a publicação não tinha qualquer aviso de “conteúdo satírico” e começou a ser partilhada viralmente por apoiantes de Trump. Apesar de ter sido denunciada como falsa na altura, por vários jornais de verificação de factos, ressurge agora na campanha de 2024, baseada na mesma falsidade.
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