"À medida que o novo coronavírus continua a espalhar-se internacionalmente, a comunidade científica descobre mais e mais sobre a doença. Uma das descobertas mais alarmantes diz respeito às pessoas na faixa etária de 30 a 40 anos que sofrem cada vez mais de derrames cerebrais", indica-se no texto da publicação.

"Médicos norte-americanos aperceberam-se que cada vez mais pessoas da faixa etária entre os 30 e 40 estão a sofrer derrames. A maioria delas infetada com coronavírus. De facto, uma boa maioria delas morre ou permanece com sequelas colaterais significativas", acrescenta-se.

Verdade ou falsidade?

Esta publicação replica o conteúdo de um artigo publicado no jornal norte-americano The Washington Post, a 25 de abril de 2020. No artigo original informa-se que têm sido registados acidentes vasculares cerebrais (AVC) em jovens e pessoas de meia-idade infetadas com Covid-19 e que "são a mais recente reviravolta no entendimento da doença".

Ainda que o número de pessoas afetadas seja reduzido, no artigo sublinha-se que é uma "descoberta notável", uma vez que "desafia a forma como os médicos entendem o vírus".

Questionado pelo Polígrafo, o pneumologista Filipe Froes explica que "enquanto não soubermos a fisiopatologia total do vírus estamos cada vez mais a encontrar diferentes formas de manifestação da doença. Há um aumento de doença tromboembólica. A notícia é verdadeira, mas não foram toneladas de pessoas. Foram encontrados alguns casos fatais em doentes de idade inferior àquela em que é habitual ocorrerem acidentes vasculares cerebrais (AVC). Os doentes foram autopsiados e encontrou-se Covid-19".

"Esse artigo, na minha perspectiva, reforça duas coisas: há um acréscimo de fenómenos trombóticos associados à infeção e, até conhecermos o espectro total das manifestações associadas à doença, devemos ter muito cuidado na atribuição e na exclusão de causas de morte associadas à Covid-19. A melhor maneira de se contabilizar os óbitos é o teste positivo", sublinha Filipe Froes. E isto porque, diz o especialista, uma trombose pode ser resultado de uma infeção desconhecida pelo coronavírus SARS-CoV-2.

"Não há dúvida de que há um aumento da atividade trombótica associada ao processo inflamatório da Covid-19", conclui. Em relação ao fármaco heparina (que foi alvo de uma recente verificação de factos pelo Polígrafo), o especialista destaca que nestes casos "poderá ser utilizado, em dose terapêutica, com maior segurança".

Em suma, é verdade que se registaram alguns casos de jovens adultos em que ocorreram "fenómenos trombóticos" associados à doença causada pelo novo coronavírus, nos quais se incluem os acidentes vasculares cerebrais. A notícia original do jornal The Washington Post dá conta disso mesmo, tendo sido replicada pela publicação sob análise.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

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Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações "Verdadeiro" ou "Maioritariamente Verdadeiro" nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

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