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José Saramago disse que os “fascistas do futuro” não seriam como Hitler, antes diriam o que a maioria quer ouvir?

Política
O que está em causa?
A frase está a tornar-se viral nas redes sociais à medida que a noite eleitoral vai mostrando um resultado inédito para André Ventura e o Chega, que deverá ser a segunda força política em Portugal depois destas eleições. Mas será verdadeira?

A noite eleitoral e os resultados do partido Chega, que pode mesmo ser a segunda força política a sair deste escrutínio, está a motivar a partilha de uma imagem com um texto supostamente do escritor português José Saramago, o Nobel da Literatura que morreu em 2010, aos 87 anos.

Segundo os vários posts, Saramago afirmou: “Os fascistas do futuro não vão ter aquele estereótipo de Hitler ou de Mussolini. Não vão ter aquele jeito de militar durão. Vão ser homens a falar de tudo aquilo que a maioria quer ouvir. Sobre bondade, família, bons costumes, religião e ética. Nessa altura, vai surgir o novo demónio, e tão poucos vão perceber que a história se está a repetir.”

A profecia, no entanto, não passa de uma invenção que nada tem a ver com o Nobel da Literatura, tal como dá conta a plataforma de verificação de factos espanhola Maldita.es.

Além disso, o boato não é novo. Na pesquisa que o Polígrafo fez no Facebook, é possível constatar que a publicação, apesar de ter voltado a ser muito partilhada nas últimas semanas, já circula nas redes sociais, pelo menos, desde 2018. Numa das publicações, o texto, igualmente atribuído a Saramago, é acompanhado por uma fotografia de Jair Bolsonaro.

Na altura, tendo em conta o alcance dos postsa fundação com o nome do escritor viu-se obrigada a desmentir a autoria da afirmação em comunicado oficial: “A Fundação José Saramago informa que a mencionada frase não foi escrita ou dita por José Saramago.”

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Avaliação do Polígrafo:

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