Excetuando o período da fundação (em que Mário Soares assumiu desde logo o cargo de secretário-geral) e as reeleições de líderes já em funções, sim, é a primeira vez que alguém conquista a liderança do PS sem ter que enfrentar adversários em eleições internas ou Congresso Nacional.
Em 1986, na disputa pela sucessão de Soares, que acabara de ser eleito para a Presidência da República, Vítor Constâncio enfrentou Jaime Gama e venceu. Ainda que contra a vontade do fundador que preferiria Gama.
Já em 1989 foi a vez de Jorge Sampaio derrotar o mesmo Gama e assumir a liderança do PS, no período especialmente difícil das maiorias absolutas do PSD chefiado por Aníbal Cavaco Silva.
No ano de 1992, António Guterres derrubou Sampaio em Congresso Nacional, numa das disputas internas que mais fraturaram o partido.
Após o período de governação entre 1995 e 2002, o PS voltou à oposição e coube a Eduardo Ferro Rodrigues tomar a liderança do partido com larga margem – o único adversário era Paulo Penedos que não reunia grandes apoios.
Mais disputada foi a sua sucessão em 2004, com as primeiras eleições diretas para o cargo de secretário-geral do PS que foram disputadas por José Sócrates, Manuel Alegre e João Soares. Apesar da forte concorrência, Sócrates alcançou cerca de 80% dos votos e iniciou o caminho para a primeira maioria absoluta da História do partido.
Depois da queda de Sócrates, a sucessão foi disputada entre António José Seguro e Francisco Assis, em 2011, resultando na vitória do ex-líder da JS com cerca de 68% dos votos.
Mais recentemente, em 2014, António Costa destronou Seguro (que não chegou a disputar eleições legislativas), através das primeiras e únicas eleições primárias do partido que, por imposição de Seguro, determinariam quem seria candidato a Primeiro-Ministro nas legislativas do ano seguinte. Costa obteve cerca de 68% dos votos.
De resto, em 2024, Pedro Nuno Santos teve que enfrentar o mesmo Carneiro que hoje lhe sucederá no cargo de secretário-geral do PS. Desta vez sem qualquer adversário, algo inédito no partido.
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Avaliação do Polígrafo:
