Foi o deputado do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares, quem destacou a afirmação de João Galamba, ministro das Infraestruturas, que está a ser ouvido na Assembleia da República na comissão parlamentar de inquérito à TAP. “Há pouco referiu que foi o senhor ministro que tornou pública a reunião de dia 17 e eu pergunto-lhe: ‘Quando é que o fez antes das declarações da senhora CEO da TAP a esta comissão de inquérito em que disse que essa reunião tinha acontecido?'”, questionou.
Galamba apressou-se a corrigir o alegado erro. “O que eu disse que tornei público foi a reunião de dia 16 e, se disse de 17, enganei-me”, indicou. E acrescentou: “O senhor deputado perguntou porque é que eu tinha omitido a reunião, se tinha vergonha dela e a minha resposta foi qualquer coisa do género ‘fui eu próprio que divulguei, sobre a qual nunca tinha sido perguntado’.” Depois acabou por concluir: “A reunião que eu divulguei foi a de 16, a reunião de 17 foi pela primeira vez falada publicamente depois de uma pergunta do deputado Bernardo Blanco e referida pela ex-CEO da TAP na sua audição da comissão de inquérito”.
Mas será que, depois de se ter auto-corrigido, Galamba acertou?
No dia 29 de abril, em conferência de imprensa, o ministro das Infraestruturas prestou declarações, no seguimento das acusações feitas pelo seu ex-adjunto Frederico Pinheiro, que o acusou de o pressionar para mentir à comissão parlamentar de inquérito à gestão política da TAP.
Ora, a verdade é que estas declarações surgiram a propósito das revelações de Pinheiro que, em comunicado enviado à TSF, no dia 28 de abril, faz a cronologia dos acontecimentos e revela que, numa reunião no dia 16 de janeiro entre João Galamba, Christine Ourmières-Widener, Frederico Pinheiro e Manuela Simões, “o ministro das Infraestruturas informa a CEO da TAP de que no dia seguinte se realizará uma reunião preparatória da audição parlamentar entre o GPPS [Grupo Parlamentar do PS] e o Ministério das Infraestruturas”.
Ou seja, um dia antes da declaração pública de Galamba a divulgar a realização da reunião de 16 de janeiro, já Frederico Pinheiro tinha revelado esta informação à comunicação social. É falso que tenha sido Galamba a revelar a sua existência, aliás, parece ter mencionado a reunião precisamente na sequência das afirmações do seu ex-adjunto.
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Avaliação do Polígrafo: