Embora tenha defendido a solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano, a deputada Mariana Leitão, do partido Iniciativa Liberal, ressalvou que este não será o momento certo para Portugal avançar com o reconhecimento oficial do Estado da Palestina. Para a candidata à Presidência da República, há ainda um “caminho” a percorrer no sentido da paz e Portugal deve tomar a sua decisão em alinhamento com os parceiros da União Europeia.
Ao que João Ferreira, ex-eurodeputado e atual vereador do PCP na Câmara Municipal de Lisboa, contrapôs que “desde 1947 que a Assembleia Geral das Nações Unidas preconiza uma solução de dois Estados. Israel foi criado no ano seguinte, em 1948. Ora, desde 1947, estamos em 2025, há gente para a qual nunca há condições. É sempre dois Estados, mas agora não. É dois Estados, sim, mas agora não, mas agora não há condições, vão 78 anos…”
O dirigente do PCP, membro da Comissão Política do Comité Central, afirmou depois que “sabemos que dos 193 países que fazem parte das Nações Unidas, há 146 que reconhecem hoje a Palestina. Mais de 75% dos Estados das Nações Unidas reconhecem o Estado da Palestina. E portanto, Portugal, é bom que se tenha noção disto, faz parte de uma minoria que hoje nos desonra”.
Os números indicados por Ferreira têm fundamento?
Sim. A Organização das Nações Unidas (ONU) é composta por um total de 193 Estados-membros – não incluindo o Estado da Palestina que, porém, tem direito a participar na Assembleia Geral da ONU sob o estatuto de “observador permanente“.
A recente intervenção militar de Israel na Faixa de Gaza motivou uma nova vaga de reconhecimentos oficiais da soberania do Estado da Palestina, nomeadamente por países europeus como a Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovénia que anunciaram a decisão em maio de 2024.
O número de países da ONU que reconhecem a Palestina subiu então para 146 no total.
Ou seja, 75,6% dos membros da ONU, tal como afirmou Ferreira no debate do canal Now. Selo de “Verdadeiro”.
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