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João Cotrim de Figueiredo: “Portugal bate sucessivos recordes de carga fiscal.” É verdade?

Política
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Esta quinta-feira, na Assembleia da República, o deputado liberal fez sucessivas críticas ao falso "crescimento" do país, proclamado pelo Governo socialista. Até porque, contrariou, "um país que cresce não bate sucessivos recordes de carga fiscal". Confirma-se?

João Cotrim de Figueiredo escreveu esta quinta-feira, na rede social X, que o crescimento económico do país só acontece “com políticas liberais”. O deputado quer “abandonar a estagnação a que o PS tem amarrado o país” e, para isso, apontou falhas à governação de António Costa, no mesmo dia, na Assembleia da República.

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“O país não cresce”, começou por afirmar Cotrim de Figueiredo, “porque um país que cresce não tem 1/5 dos seus cidadãos na pobreza. Não tem cada vez mais pessoas sem-abrigo. Não tem metade dos que trabalham a ganhar menos de mil euros por mês. Um país que cresce não bate sucessivos recordes de carga fiscal enquanto continua a faltar dinheiro para tudo”. Confirma-se que a carga fiscal, que os liberais querem baixar a todo o custo, tem batido recordes com o Governo socialista?

Sim. De acordo com o boletim de “Estatísticas das Receitas Fiscais” (pode consultar aqui), divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) a 13 de abril deste ano, “em 2022, a carga fiscal aumentou 14,9% em termos nominais, atingindo 87,1 mil milhões de euros, o que correspondeu a 36,4% do PIB (35,3% no ano anterior)”.

Mas não é só: desde 2019 que Portugal bate recordes de carga fiscal. Nesse ano, quando o indicador já se cifrava em 34,5% do PIB, houve uma descida face a 2018 (34,7%). No entanto, os anos seguintes foram de crescimento sucessivo: 35,2% do PIB em ano de pandemia, 35,3% do PIB em 2021 e, a subida mais expressiva, 36,4% do PIB em 2022.

fig 2

No campo das estimativas, o Governo prevê que a carga fiscal bata novo recorde em 2023 e se fixe nos 37,2%, diz o Orçamento do Estado para 2024. No próximo ano, o cenário deverá continuar a ser de subida, para os 38% do PIB.

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