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João Cotrim de Figueiredo: “Nos últimos quatro anos, [Portugal] só vedou a entrada a 25 pessoas por falta de prova de meios de subsistência”

União Europeia
O que está em causa?
Em entrevista esta noite, na SIC Notícias, o cabeça de lista do Iniciativa Liberal às eleições europeias, João Cotrim de Figueiredo, elogiou o facto de se ter vindo a falar, ao longo dos debates a propósito do referido escrutínio, sobre migrações e “sem tabus”, numa altura em que se têm registado “cenas nada dignificantes e dramáticas” nas “ruas de Lisboa”.

“É bom que se tenha falado sobre migrações em quase todos os debates e sem tabus”. A afirmação foi proferida, esta noite, pelo liberal João Cotrim de Figueiredo, em entrevista à SIC Notícias. Isto porque, na sua ótica, “o não reconhecer que há problemas na forma como os fluxos migratórios estão a ser geridos é deixar o tema para a extrema-direita e deixar, também, mais uma vez, que sirva de oxigénio a determinado descontentamento”.

Além disso, elaborou, uma falta de discussão sobre esse tema “conduz”, igualmente, “às cenas nada dignificantes e dramáticas que se têm registado, recentemente, nas ruas de Lisboa e, pior, a esta sensação generalizada de descontrolo que alimentam as tais forças” mencionadas anteriormente.

E concluiu o raciocínio com o seguinte exemplo: “Por exemplo, em Portugal, a PSP [Polícia de Segurança Pública], que faz o controlo de fronteiras relativamente à elegibilidade, nos últimos quatro anos, de 2020 a 2023, só vedou a entrada a 25 pessoas por falta de prova de meios de subsistência. Não é crível que isto corresponda a uma fiscalização [adequada].” Confirma-se o número citado por Cotrim de Figueiredo?

De facto, dados anuais “arredondados” disponibilizados pelo Eurostat, o serviço de estatísticas da União Europeia, apresentam a quantidade de cidadãos “nacionais de países terceiros a quem foi recusada a entrada nas fronteiras externas” dos diferentes países europeus. 

Olhando para o caso de Portugal, e considerando apenas os indivíduos cuja entrada foi negada por “insuficiência de meios de subsistência”, contabilizaram-se 15 casos em 2020; cinco em 2021; zero em 2022; e cinco em 2023. Contas feitas, precisamente “25 pessoas” nesses quatro anos, tal como afirmou o candidato do Iniciativa Liberal às eleições europeias de 9 de junho.

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UE

Este artigo foi desenvolvido pelo Polígrafo no âmbito do projeto “EUROPA”. O projeto foi cofinanciado pela União Europeia no âmbito do programa de subvenções do Parlamento Europeu no domínio da comunicação. O Parlamento Europeu não foi associado à sua preparação e não é de modo algum responsável pelos dados, informações ou pontos de vista expressos no contexto do projeto, nem está por eles vinculado, cabendo a responsabilidade dos mesmos, nos termos do direito aplicável, unicamente aos autores, às pessoas entrevistadas, aos editores ou aos difusores do programa. O Parlamento Europeu não pode, além disso, ser considerado responsável pelos prejuízos, diretos ou indiretos, que a realização do projeto possa causar.

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Avaliação do Polígrafo:

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