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Joana Mortágua no Now: “As rendas das casas voltaram a bater recordes em Portugal”

Política
O que está em causa?
Em debate no canal Now, ontem à noite, a deputada do Bloco de Esquerda criticou "as medidas que sustentavam o 'choque fiscal' do Governo" que "não só não vão ser um alívio para os jovens que ganham 1.000 euros ou 1.500 euros por mês, como tenderão a ter um impacto na inflação das casas".
© Agência Lusa / Rui Minderico

Na véspera da Festa do Pontal que assinala a rentreé política do PSD, marcada para hoje no Algarve, Joana Mortágua (deputada do BE) e André Coelho Lima (ex-deputado do PSD) estiveram em debate no canal Now (ontem à noite, 13 de agosto) e anteciparam os temas que deverão estar no centro da agenda política nacional nos próximos meses.

Questionada sobre a votação do Orçamento do Estado para 2025, a bloquista rejeitou avançar com projeções, mas deixou a seguinte nota: “Há uma coisa que eu sei. De tudo o que se conhece da política fiscal deste Governo – que é a base de um Orçamento, há coisas setoriais que ainda não conhecemos -, torna-se impossível de ser aprovado por um partido de esquerda.”

Nesse sentido, a bloquista realçou que “as medidas que sustentavam o ‘choque fiscal’ do Governo”, como “a questão do IMT” e os incentivos para os jovens no acesso à habitação, afinal “não só não vão ser um alívio para os jovens que ganham 1.000 euros ou 1.500 euros por mês, como tenderão a ter um impacto na inflação das casas e um aumento das casas”.

E concluiu: “Novamente bateram-se recordes, não no preço de venda, mas no preço das rendas.”

Tem razão?

Começando pelo impacto na inflação das casas referido por Mortágua. Logo após a aprovação da isenção do IMT para jovens com menos de 35 anos de idade, as imobiliárias alertaram para o risco de agravamento do problema dos preços das casas.

A previsão feita pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária apontava no sentido de o fim do pagamento de IMT para os jovens levar a um aumento ainda maior do preço das casas em Portugal – isto porque haverá mais procura, mas o problema da oferta não está solucionado.

Quanto à inflação nas rendas pagas por inquilinos, parece estar a “estabilizar”, segundo noticiou o jornal “Público” na segunda-feira (12 de agosto), mas mantém-se nos “níveis mais altos desde pelo menos 1995“.

Sobre os recordes no preço das rendas, Mortágua referia-se a informação divulgada no portal Idealista (segundo confirmou ao Polígrafo), uma das maiores plataformas de imobiliário do Sul da Europa. Segundo o índice de preços desta plataforma, “com a falta de oferta de habitação, esta atividade [mercado de arrendamento] deu um novo impulso à subida das rendas” que se traduziu num aumento dos preços das rendas de “9,1% em julho face ao mesmo mês no ano anterior”.

A mesma fonte indica que “em relação à variação trimestral, a subida das rendas das casas foi de 1,6%“.

Pelo que as alegações de Mortágua têm fundamento, carimbo de “Verdadeiro“.

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Avaliação do Polígrafo:

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