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Joana Marques Vidal não foi rigorosa na entrevista ao Expresso

Sociedade
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
A ex-PGR afirmou que nas últimas eleições legislativas os partidos políticos tinham apenas uma linha dedicada ao tema da corrupção. Analisando os documentos é possível concluir que o tema é várias vezes mencionado em todos os programas.

A afirmação de Joana Marques Vidal na entrevista que hoje deu ao Expresso é taxativa. Ao referir-se à forma como a corrupção tem sido encarada pelos principais partidos políticos portugueses, a ex-Procuradora Geral da República – que acaba de ser substituída no cargo por Lucília Gago – afirma o que se segue: Se nós repararmos o que foram os programas políticos das últimas eleições, a corrupção aparece lá numa linha. E aparece sempre relacionada com o judiciário. Ora, a luta contra a corrupção é uma luta pela transparência. Transparência no exercício dos cargos públicos e contra o financiamento dos partidos políticos.”

Analisando os programas eleitorais das últimas eleições, as afirmações da ex-PGR carecem de sustentação. Em todos eles, a corrupção ocupa mais do que uma linha, sendo referida por várias vezes.

Fique com alguns print screens dos programas, todos disponíveis online:

 

PARTIDO SOCIALISTA

Corrupção

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O programa tem duas entradas, ambas de carácter genérico – ou seja, o documento está próximo daquilo que afirmou Marques Vidal.

PSD/CDS – Coligação Portugal à Frente

 

Corrupção

Analisado o programa eleitoral da coligação protagonizada por Paulo Portas e Pedro Passos Coelho, conclui-se que há quatro entradas sobre corrupção. Mais do que as que constam do programa socialista e do que aquelas que foram mencionadas pela ex-PGR. A corrupção está inserida num capítulo que vai ao encontro do que Marques Vidal sugere, propondo um sistema político mais transparente.

 

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS

 

Corrupção

 Os comunistas atribuem uma fortíssima importância à luta contra a corrupção no seu programa eleitoral. Ao todo, são dez entradas e dezenas de linhas com propostas sobre o tema.

Por tudo isto, o comentário de Joana Marques Vidal é…

 

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