- O que está em causa?Em entrevista, Inês de Medeiros, ex-deputada socialista e atual presidente da Câmara Municipal de Almada, alertou para os "perigos do populismo" e para a desvalorização dos deputados, que "saem [da Assembleia da República] sem direito a nada". Mas será mesmo assim?

Em entrevista dada esta quinta-feira ao Público e à Rádio Renascença, a ex-atriz defendeu uma definição quanto ao estatuto dos deputados: "Quer-se ou não um regime de exclusividade e que garantias se dá aos deputados? A desvalorização da passagem por deputado faz com que haja deputados que deixam de ser deputados e não têm direito a nada, nem sequer a um fundo de desemprego. Quem interrompa a sua carreira para se dedicar à causa pública depois sai e não tem direito a nada. Acho preocupante".
Ironicamente, José Sócrates [que acabou com as subvenções vitalícias] viria a recorrer à subvenção estatal depois de deixar a vida pública - é, aliás, com esse valor que afirma financiar o seu atual estilo de vida.
A afirmação de Medeiros é portanto verdadeira, mas não faz referência ao regime de transição que possibilita ainda a alguns deputados mais antigos o acesso a subvenções vitalícias e subsídios de reintegração. Mais, as subvenções vitalícias continuam a ser pagas a mais de três centenas de beneficiários que as pediram antes de 2005 ou beneficiando do regime de transição.
Avaliação do Polígrafo:
