“Na Síria, novos fluxos gigantescos de refugiados estão atualmente a chegar à Europa. A razão disso é uma diabólica parceria entre o regime de apartheid de Israel, os EUA, a Turquia e os chamados ‘rebeldes muçulmanos’, treinados pela Ucrânia e financiados pelo Qatar.”
Esta é a frase que acompanha um vídeo em que surgem pessoas a transportar malas, enquanto caminham na mesma direção numa estrada. No entanto, o facto é que não são refugiados sírios e o vídeo nem sequer é atual.
Aliás, este vídeo já foi difundido anteriormente e já lhe foram atribuídas diferentes narrativas.
No dia 30 de setembro de 2023, o conteúdo foi publicado com a descrição “Porta de entrada 2 para Lampedusa”, em tradução livre a partir do original em língua inglesa. Nesta publicação, o autor afirmava que eram migrantes a entrar em Lampedusa (Itália) depois de, em meados de setembro de 2023, mais de 5 mil imigrantes terem desembarcado na mesma ilha.
Recuando até novembro de 2020, de acordo com o jornal espanhol “Maldita.es“, o vídeo já circulava nas redes sociais indicando que seriam “pessoas negras a caminhar pelas Canárias“.
Mas nenhuma destas versões é verdadeira. O vídeo foi publicado pela primeira vez a 20 de abril de 2020, por Federico Soda, chefe de missão da Organização Internacional para as Migrações (OIM) na Líbia. Nessa publicação original, Soda explicou que as imagens foram gravadas na fronteira entre a Tunísia e a Líbia.
Detalhou ainda que o vídeo mostra “centenas de trabalhadores migrantes tunisinos” que terão sido “abandonados na fronteira Tunísia/Líbia durante semanas” e que, naquele momento, teriam “conseguido entrar na Tunísia”. Além disso, salientou que “centenas” ainda aguardavam o regresso a casa” e que haveria “pelo menos 6 mil tunisinos na Líbia”.
Posto isto, conclui-se que os migrantes retratados no vídeo não são sírios e que as imagens foram capturadas na fronteira entre a Tunísia e a Líbia, no ano de 2020.
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