Numa publicação feita na rede social Facebook no dia 20 de dezembro, e que conta já com mais de 190 partilhas, pode ver-se uma colagem de duas imagens: numa aparece o Papa Francisco coberto com a bandeira LGBT e, ao lado, um casal homossexual a beijar-se. Sobre a imagem lê-se: “Igreja Católica autoriza que padres abençoem casais do mesmo sexo”. No espaço da descrição, o autor da publicação escreve: “Mas não podem ser abençoados os separados, os que vivem juntos, os divorciados, mas homem com homem pode, mulher com mulher também, que raio de Papa é este”.
Em dezembro de 2023, o Vaticano publicou a declaração “Fiducia Supplicans”, relativo ao significado pastoral das bênçãos, que pode ser consultado no site da Santa Sé. Este documento autoriza os padres a abençoar casais do mesmo sexo. No entanto, a bênção autorizada é de cariz espontâneo e não de cariz ritual ou litúrgico. Pelo que não consiste numa aprovação da união nem é equiparável a uma bênção ritual ou litúrgica, tal como é o casamento. Isto significa que o padre poderá conceder bênção perante o pedido de duas pessoas, mesmo que a sua condição de casal seja considerada “irregular”, mas apenas a de cariz espontâneo. Ainda assim, a afirmação de que a “Igreja Católica autoriza que padres abençoem casais do mesmo sexo” é verdadeira.
Mas será que casais heterossexuais que vivem juntos sem serem casados já não dignos dessa bênção? Falso.
De acordo com o documento “Fiducia supplicans”, o Papa também autoriza a que seja concedida bênção espontânea a outros casais em situação irregular, tais como os que vivem juntos sem estarem unidos pelo casamento. Por isso, o conteúdo da publicação é falso.
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