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Hugo Soares sobre pensionistas: “O PSD deu num mês mais do que o PS propõe dar num ano”

Política
O que está em causa?
Em outubro deste ano, o Governo AD ajudou os pensionistas com reformas até aos 1500 euros oferecendo um "bónus" que foi dos 100 aos 200 euros. A medida custou 400 milhões de euros ao erário público, um montante que Hugo Soares diz ser maior do que aquele que o PS propõe dar ao longo de um ano. É verdade, mas a comparação é forçada: o aumento previsto pelo PS é cumulativo e fará com que, no próximo ano, as reformas cresçam ainda mais, já que o valor base será maior.
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Os social-democratas estão mais uma vez a enfrentar as consequências de uma vitória curta e agora podem ter que incluir no Orçamento do Estado para o próximo ano uma medida dos socialistas – que contam com o apoio do Chega – para aumentar extraordinariamente as pensões até aos 1565 euros em 1,25 pontos percentuais além do aumento legal.

E se, por um lado, Hugo Soares tece duras críticas à medida do PS, que considera irresponsável, por outro garante que o PSD fez muito mais pelos pensionistas: “Num mês, demos mais do que aquilo que os senhores propõem pagar num ano.” Para Alexandra Leitão, a diferença está entre um “bónus” e um “direito”. Para Hugo Soares, os números não podiam ser mais claros.

Ao Polígrafo, o líder parlamentar do PSD explicou que estava a referir-se ao custo total da medida do seu partido versus. o impacto da medida do PS. A comparação é arriscada e nem os social-democratas acreditam no valor que o PS antevê gastar, uma vez que pediram os cálculos à UTAO, mas, sem outras análises, é correta.

Em outubro deste ano, o PSD deu aos pensionistas um suplemento que foi dos 100 aos 200 euros. O primeiro montante seguiu para as reformas entre 1018 e os 1527 euros; o intermédio, de 150 euros, para as pensões entre os 509 e os 1018 euros; e o mais alto, 200 euros, foi para as pensões de valor total igual ou inferior a 509 euros.

Este bónus, financiado pelo Orçamento do Estado, custou ao país 422 milhões de euros. Ou seja, mais do que a medida do PS (impacto estimado de 265 milhões de euros).

Dois problemas: um pensionista beneficiado por um suplemento mensal extraordinário não vê o seu rendimento aumentar de forma fixa, o que significa que o valor base para o aumento legal do ano seguinte será exatamente o mesmo que existia sem o “bónus”. Assim, a medida do PS tem um impacto a longo prazo (e que não se esgota num ano), já que altera o valor base do cálculo. Se o montante da pensão mensal se altera acima do previsto e permanentemente em 2025, em 2026 o aumento previsto será ainda maior, uma vez que incide sobre um montante base mais alto.

Além disso, o cálculo de Hugo Soares só é legítimo no panorama geral. Há pensionistas, nomeadamente aqueles com pensões superiores (no limite do aumento de pensões, ou seja, acima de 1000 euros) que serão mais beneficiados pela medida do PS do que pela do PSD, uma vez que podem conseguir um aumento anual superior ao suplemento extraordinário de outubro.

Imaginemos que o aumento anual previsto na lei é de 2,5% (esta percentagem ainda não é conhecida). Um pensionista com uma reforma de 1200 euros terá um aumento total de 3,75% (2,5% + 1.25 pontos percentuais) a cada mês. Ou seja, 45 euros por mês, 15 euros dos quais responsabilidade do PS, o que resulta num total de 210 euros extra no final do ano (mais do que o bónus mensal do PSD). Por sua vez, um reformado com 550 euros de pensão verá o seu rendimento mensal aumentar cerca de 20 euros por mês, 6 dos quais devido à medida extraordinária, ou seja, 84 euros a mais do que era previsto ao final do ano (e menos do que o “bónus” mensal do PSD).

Em suma, a frase de Hugo Soares é verdadeira, mas peca por simplista. O facto de o PSD ter investido mais num suplemento mensal único não é fator isolado para calcular qual das medidas dará, de facto, mais aos pensionistas, uma vez que, como vimos, a medida do PS é de carácter permanente.

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Avaliação do Polígrafo:

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