A melhor expressão que Hugo Soares, em representação dos sociais-democratas, encontrou para descrever a XI Convenção do Chega foi “entreposto de banha da cobra”. Não é que André Ventura se tenha dirigido muito ao partido fundado por Sá Carneiro – citado várias vezes ao longo do discurso do líder reeleito -, mas Soares tinha outros motivos para estar irritado.
É que este encontro do Chega em Viana do Castelo ainda não tinha começado quando Henrique de Freitas, ex-secretário de Estado do PSD, foi anunciado como primeiro nome nas listas às legislativas do partido de André Ventura. Os nomes de mais sociais-democratas deverão surgir em breve – é o Chega quem o confirma -, mas Hugo Soares, secretário-geral do PSD, não está convencido: “Votar no Chega é igualzinho a votar no PS. Nada muda.”
Até por isso, lembrou o representante do partido, é que Henrique de Freitas, que chegou a integrar o Governo de Durão Barroso em 2002, “ocupou cargos nomeado por José Sócrates e foi apoiante de Manuel Alegre nas presidenciais”. É verdade?
Sim. Desde logo confirma-se que, a 8 de fevereiro de 2010, seis anos depois de ter sido secretário de Estado do ministro Paulo Portas, Henrique de Freitas foi nomeado pelo Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates, Luís Filipe Marques Amado, para exercer o cargo de conselheiro técnico – pessoal especializado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, na Delegação Portuguesa junto da NATO (DELNATO), em Bruxelas.
Mas a história de Henrique de Freitas com o PS não se esgota nesta nomeação: o social-democrata foi um efusivo apoiante da candidatura de Manuel Alegre às presidenciais de 2011. O ex-secretário de Estado integrou mesmo a Comissão de Honra da candidatura de Alegre, apoiada pelo PS e pelo Bloco de Esquerda.
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