Esta segunda-feira à noite, cerca de 24 horas depois de se conhecer a vitória da Aliança Democrática (coligação entre PSD e CDS-PP) nas legislativas de 18 de maio, o secretário-geral do PSD, Hugo Soares, em entrevista à SIC Notícias, fez questão de sublinhar que depois das eleições “não está tudo na mesma”. Para o social-democrata, a leitura dos resultados “é muito clara”.
“Os portugueses reforçaram a confiança na AD”, começou por afirmar Hugo Soares. “Hoje temos mais 31 deputados do que têm o segundo e terceiro lugar. Mais: a AD sozinha tem mais deputados do que toda a esquerda junta”.
Mas será que os assentos no Parlamento assegurados por todos os partidos de esquerda não chegam ao número conquistado pela AD?
Sim. A coligação entre PSD e CDS-PP conseguiu conquistar 86 mandatos parlamentares nas eleições deste domingo. A estes somam-se ainda os lugares garantidos pela coligação destes partidos com o PPM, que concorreu pelo círculo dos Açores e conseguiu mais três lugares. No total, portanto, a AD somou 89 lugares na Assembleia da República.
O PS – que poderá deixar de ser o maior partido da oposição – conseguiu 58 mandatos. Já o Livre fez crescer o seu grupo parlamentar para seis deputados e passou a ser a segunda maior força de esquerda da AR.
O PCP perdeu um deputado, ficando-se pelos três, e o Bloco de Esquerda deixou de ter grupo parlamentar e passou a fazer-se representar apenas por Mariana Mortágua, agora deputada única do partido.
Toda junta, a esquerda garantiu apenas 68 lugares. Mesmo se colocarmos o PAN na equação – Inês Sousa Real afirmou em 2024, em entrevista ao “Público”, que o PAN recai para o “centro-esquerda” – são 69 mandatos. Ou seja, na melhor das hipóteses, menos 20 do que os conseguidos pela AD.
Em conclusão, Hugo Soares tem razão: a AD sozinha tem “mais deputados do que toda a esquerda junta”.
Ressalve-se que ainda falta atribuir os quatro mandatos dos círculos do estrangeiro, insuficientes para invalidar a asserção do secretário-geral do PSD.
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