Depois de um Conselho de Ministros, em que foi aprovada a escolha do Campo de Tiro de Alcochete para o futuro Aeroporto de Lisboa, que vai chamar-se Luís de Camões, o Governo anunciou ainda prioridade nas obras para reforço da capacidade do Humberto Delgado. Nas primeiras reações, os partidos foram unânimes e parabenizaram o Executivo de Luís Montenegro pelo avanço, mas quase todos manifestaram dúvidas quanto às obras de expansão da Portela. Sobretudo Pedro Nuno Santos.
O líder do PS pediu um “debate mais aprofundado” para ter a certeza de que “a opção de aumentar a capacidade aeroportuária do Humberto Delgado foi estudada e ponderada. Temos que perceber se a solução do aumento de número de movimentos por hora é ponderada e resulta de estudo porque nós, aquilo que achamos, é que é muito possível que se tenha que fazer uma Avaliação de Impacte Ambiental e avaliações de segurança”.
Depois desta intervenção, que contém receios partilhados pelo PCP, por exemplo, Hugo Soares reagiu referindo que “a oposição critica agora o anúncio das obras na Portela pelas quais sempre reivindicou”. É verdade?
Desde logo, esclarecer que em causa não está bem uma “crítica”, mas sim uma série de questões relacionadas com a medida aprovada esta tarde. E mais: os socialistas reivindicaram durante muito tempo a realização de obras no Aeroporto da Portela, mas não em termos de capacidade aeroportuária. Por exemplo, em dezembro de 2023, numa das últimas medidas tomadas pelo Governo socialista, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que impunha à ANA Aeroportos a “realização de investimentos e obras no aeroporto Humberto Delgado” no sentido de “tornar a infraestrutura mais adequada ao nível da procura”.
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Avaliação do Polígrafo: