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Hospital de Caldas da Rainha está a utilizar camião frigorífico para guardar mortos?

Coronavírus
Este artigo tem mais de um ano
O que está em causa?
Em publicação dirigida "a todos os negacionistas e adeptos da teoria da conspiração", o respetivo autor partilha uma fotografia e afirma que se trata de "um camião frigorífico onde são guardados mortos para posterior entrega às famílias". A pedido de vários leitores, o Polígrafo verifica.

“Esta foto foi tirada nas nas traseiras do Hospital de Caldas da Rainha, a 30 quilómetros de onde me encontro. Nesta imagem podemos ver um camião frigorífico onde são guardados os mortos para posterior entrega às famílias”, descreve o autor da publicação, datada de 26 de janeiro de 2021.

“Se esta imagem não te choca, não sei de que forma podemos chegar à mente daqueles que ainda acham que tudo isto é uma farsa, que tudo isto é produto das televisões, que tudo isto é fruto da imaginação de uns quantos”, sublinha, em mensagem dirigida “a todos os negacionistas e adeptos da teoria da conspiração”.

A imagem é autêntica e o Hospital de Caldas da Rainha está mesmo a utilizar um camião frigorífico para guardar mortos?

Sim. Em declarações ao Polígrafo, fonte oficial do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), que engloba unidades em Peniche, Torres Vedras e Caldas da Rainha, confirma a veracidade da imagem e respetiva descrição.

“O Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste esclarece que foram instaladas câmaras frigoríficas junto às morgues da Unidade de Caldas da Rainha (na fotografia) e da Unidade de Torres Vedras, com o intuito de reforçar a capacidade das morgues do Centro Hospitalar do Oeste e de dar apoio ao Instituto de Medicina Legal de Torres Vedras”, explica o CHO.

Questionado sobre quando é que foram instaladas as câmaras frigoríficas e se estão relacionadas com o aumento de mortes por Covid-19, o CHO responde da seguinte forma: “Os contentores frigoríficos foram colocados no início da pandemia. Mais recentemente foi reforçada a capacidade, não por se terem verificado mais mortes, mas sim porque se previa que tal poderia vir a suceder. Na verdade, os meses de janeiro e fevereiro são aqueles em que se verifica habitualmente uma maior taxa de mortalidade, sendo que este ano acresce o contexto pandémico“.

De acordo com uma notícia da Agência Lusa de 28 de janeiro, o CHO tem 59% das camas de internamento dedicadas a doentes infetados com Covid-19 e estão praticamente todas ocupadas. A presidente do Conselho de Administração do CHO, Elsa Baião, avisou que “o número de camas não será mais do que este”.

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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.

Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:

Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.

Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:

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