“É assim que as pessoas esperam pela vaga do dia no centro de saúde da Baixa da Banheira”, lê-se numa publicação partilhada recentemente num grupo na rede social Facebook, que apresentava as condições em que os utentes têm sido obrigados a esperar para conseguirem ser atendidos na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) local.

O post foi enviado ao Polígrafo para verificação, pelo facto de pretender ilustrar o modo como dezenas de pacientes têm feito “fila desde as 20h da tarde” para conseguirem ser atendidos “no dia seguinte”. As imagens que acompanham esta descrição aparentam comprovar ainda que algumas destas pessoas, para não perder o lugar, têm optado por dormir no chão durante o período de espera, dando a entender que terão passado toda a noite ao relento. “É vergonhoso, o nosso sistema de saúde”, conclui a mesma publicação.
Estas imagens são autênticas e atuais?
Ao Polígrafo, fonte oficial da Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho (ULSAR), que desde o início do ano veio integrar o Agrupamento de Centros de Saúde Arco Ribeirinho (ACES AR) no Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM), começou por notar que, “sem prejuízo das imagens identificarem uma unidade de cuidados de saúde primários integrada na Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho recém-criada” – o tal centro de saúde –, não possui “condições de confirmar, quer a veracidade, quer a atualidade dos suportes fotográficos”.
Acrescentou ainda que, “como é do conhecimento público, a ULSAR tem cerca da 35% da sua população sem cobertura de médico de família, pelo que se torna necessário reforçar as medidas tendentes à minimização dos constrangimentos de acesso aos Cuidados de Saúde Primários” – um trabalho que a entidade assume deter um “caráter prioritário”. Apesar da insistência, tanto junto desta unidade, como da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), não foram fornecidos mais esclarecimentos.
Porém, confrontada com as imagens enviadas ao Polígrafo para verificação, a Câmara Municipal da Moita disse estar “atenta aos constrangimentos que se têm verificado no Centro de Saúde da Baixa da Banheira” e que se trata de uma “situação” que está “a acompanhar” e que pretende “ver resolvida o mais depressa possível”.
Considerando que os “munícipes têm direito a cuidados de saúde céleres e de qualidade”, a mesma fonte explicou que a “situação que se vive no Centro de Saúde da Baixa da Banheira foi discutida várias vezes em reuniões com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e com a ACES Arco Ribeirinho”. E notou ainda que, dessas reuniões, “ficou claro que o número de profissionais de saúde no Centro de Saúde da Baixa da Banheira não é suficiente” para “dar resposta às necessidades de toda a população”.
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Avaliação do Polígrafo: