Graça Fonseca foi nomeada como ministra da Cultura após a recente remodelação “surpresa” do Governo. A decisão de António Costa faz dela a primeira ministra em funções que anteriormente se assumiu publicamente enquanto gay. Foi numa entrevista dada ao Diário de Notícias a 22 de agosto de 2017. Graça Fonseca era secretária de Estado da Modernização Administrativa e “saiu do armário”. Na ocasião justificou a sua decisão por considerar ser “importante” fazê-lo como “afirmação política”.
Depois de conhecida a escolha de Costa, a deputada socialista Isabel Moreira sublinhou o facto no Facebook: “Perceber a relevância enorme de Graça Fonseca ser a primeira ministra lésbica fora do armário em Portugal”, escreveu, desejando-lhe “um óptimo trabalho, agora na cultura”. O post valeu-lhe uma reação da distrital do PSD de Santarém, que, também no Facebook, escreveu: “Segundo a deputada do PS, Isabel Moreira, a Ministra da Cultura foi nomeada porque é ‘Lésbica’, lamenta-se profundamente que a orientação sexual seja critério de escolha.”
No entanto, Graça Fonseca não é a primeira política a assumir-se como homossexual, já que Miguel Vale de Almeida, ex-deputado do Partido Socialista, e Alexandre Quintanilha, atual deputado do mesmo partido, se assumiram como sendo homossexuais – mas já o tinham feito antes de entrar na política – e nenhum desempenhou cargos governamentais.
Depois de conhecida a escolha de Costa, a deputada socialista Isabel Moreira sublinhou o facto no Facebook: “Perceber a relevância enorme de Graça Fonseca ser a primeira ministra lésbica fora do armário em Portugal”
Também Adolfo Mesquita Nunes, que chegou a ser secretário de Estado do Governo PSD/CDS, assumiu ser homossexual numa entrevista de vida ao Expresso, dada já depois de o Governo ter terminado funções. Ao Expresso, foi inequívoco: “Os meus cartazes [na campanha eleitoral para as autárquicas] começaram a ser vandalizados em abril. Sempre que um era rasgado, retirávamos e colocávamos um novo. Em junho, escreveram “gay” num cartaz meu que estava num cruzamento muito movimentado. A minha equipa perguntou-me se fazíamos com esse cartaz o que fizemos com os outros. E a minha resposta foi não: não vamos substituir este cartaz, porque eu quero deixar claro — quer para quem o vandalizou e para a campanha que motivou essa vandalização quer para a população da Covilhã —, que eu não tenho vergonha, nem tenho qualquer problema em ser quem sou. Pedi que não o substituíssem porque não era mentira. Se alguém da minha equipa achasse que isto era um problema, que saísse. Ninguém saiu. E o cartaz lá ficou quatro meses. Passei por ele centenas de vezes e nunca me arrependi de o não ter tirado.”
Por estas razões, afirmar que Graça Fonseca é a primeira ministra portuguesa a assumir-se publicamente enquanto homossexual é…